EDITORIAL
OUTRO ANO
DIFÍCIL
m novo ano começa e, com ele, chega a sensação de que, novamente, o setor
de segurança privada enfrentará dificuldades depois de um 2014 repleto de
percalços para o empresariado. Um dos principais obstáculos se apresenta
no campo da política econômica, que deverá lidar, nos próximos meses, com o
baixo crescimento atestado pelo Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado, que deverá
se situar em pífio 0,15%. Especialistas estimam que o crescimento em 2015 não deverá
passar de 0,50%. A avaliação é até positiva, considerando o péssimo resultado de 2014.
U
Como todos sabemos, o desempenho do setor de segurança privada está atrelado
inevitavelmente ao da economia. Se essa última vai bem, tudo caminha; do contrário,
desanda. No momento, estamos patinando e é bem provável que nos estatelemos na
estagnação que começa a se desenhar.
A matéria de capa desta edição traz comentários de representantes e empresários do
setor em diferentes regiões do país a respeito das perspectivas para 2015. Infelizmente, o
cenário não é positivo, pelo menos diante das projeções feitas no início de janeiro e até o
fechamento desta edição.
Enquanto o governo federal continuar priorizando a política econômica que privilegia o
aspecto social, o panorama não será dos melhores. Vale reforçar que não há nada de errado
na concessão de benefícios sociais, especialmente quando se trata de educação e saúde.
O problema está quando isso ocorre em detrimento do equilíbrio das contas públicas,
como vem ocorrendo nos últimos anos. Também não há nada de errado em aumentar os
investimentos do governo na infraestrutura e nos serviços públicos. Mas não é possível
fazer tudo isso sem recursos e com o sangramento do Tesouro Público, justamente como
vem ocorrendo nos últimos tempos.
JOÃO ELIEZER PALHUCA
Presidente do Sesvesp
PIB estagnado,
retração de
vendas e alta
do dólar são
indicadores de
que o ano que
começa será de
muita luta.
São Paulo, pela sua envergadura, sempre deixa mais visível os resultados funestos
advindos da adoção dessas péssimas estratégias. Assim, nosso setor estará observando
o comportamento da economia para, a partir daí, encontrar as melhores soluções. No
entanto, infelizmente, não temos expectativas positivas a curto prazo.
PIB estagnado, retração de vendas e alta do dólar são indicadores de que o ano que
começa será de muita luta, que envolve principalmente o empenho do governo em reformas
tributária e trabalhista, citando apenas uma entre tantas medidas. Ele terá de fazer a sua
parte. Nós, empresários do setor de segurança privada, com certeza faremos a nossa e
continuaremos trabalhando. Essa é a promessa de ano novo possível de ser cumprida.
Revista SESVESP | 3