MERCADO
TRANSPORTE DE VALORES
MANTÉM DESEMPENHO
segmento de transporte de valores e segurança bancária é um dos que apresentam melhor desempenho entre os que
compõem o setor de segurança privada.
Esse mercado tem crescido entre 8% e 10%, índice um pouco acima do verificado no setor como
um todo. No entanto, em 2015, a tendência não
deve se manter, já que as más perspectivas econômicas devem puxar os percentuais para baixo
(veja matéria de capa desta edição).
“Espero estar errado”, comenta o delegado federativo titular do Sesvesp, Mario Giannini Baptista de Oliveira, ao fazer a avaliação. Ele explica que boa parte do crescimento do segmento
é impulsionada pelos salários, fenômeno que
abrange o setor como um todo. “Como esse gasto corresponde a 80% das despesas das empresas, muitos têm partido para a segurança orgânica, variável que complica o mercado”, analisa.
A previsão negativa para este ano parte da análise da posição do governo, que, para Oliveira,
apresenta raciocínio que não segue a linha pró
-negócio e, sim, do benefício social. “Atualmente,
é vergonhoso dizer que o empresariado tem lucro. Somos condenados por isso”, comenta.
Diante do cenário ruim para a economia e
seus consequentes efeitos para o setor, Olivei-
O
16 | Revista SESVESP
iStock
Em 2014, setor teve bons resultados; 2015 pode ser diferente
ra reforça a falta de boas perspectivas para o segmento de
transporte de valores e segurança bancária. “O Sudeste já
está saturado e não há mais
para onde crescer. O que verificamos, apenas, é uma expansão vegetativa e ponderada”,
explica. “Já as regiões Norte e
Nordeste se desenvolvem por
conta do surgimento de mais
consumidores”.
Sua percepção é confirmada por José Pacheco Ferreira,
presidente do Sindicato das
Empresas de Vigilância, Segurança, Transporte de Valores e
Cursos de Formação do Estado
do Amazonas (Sindesp/AM).
De acordo com ele, os bancos e
os órgãos públicos respondem,
atualmente, por 70% dos serviços prestados pela área de
segurança privada na região.
OPORTUNIDADE
Oliveira sugere que os empresários enfrentem o ano que começa: diversificação de produtos
em mercados sinergéticos com
transporte de valor, atendendo o
pequeno varejo, por exemplo. A
oferta do cofre inteligente, dispositivo que, entre outras vantagens, conta as notas e contabiliza o valor depositado, gerando
comprovantes a cada operação,
é outro exemplo. Vale reforçar
que o valor protegido fica disponível on-line. “Outra tendência
é o transporte de cargas usando o caminhão-forte, que faz o
serviço de ponta a ponta”, diz.
O crescimento da demanda por
esse recurso se justifica diante
do aumento de roubos de cargas nas estradas, que registram
aumentos médios anuais de 7%
desde 2010.
DISTRIBUIÇÃO DOS CARROS-FORTES E VEÍCULOS LEVES
DE TRANSPORTE POR REGIÃO
CENTRO-OESTE
14,6%
8,2%
49,7%
NORDESTE
NORTE
19,9%
SUDESTE
7,6%
SUL
Distribuição dos carros-fortes e veículos leves de transporte por região (*)
(*) O número de veículos utilizados é um importante indicador do segmento
Fonte: Departamento de Polícia Federal/Coordenação Geral de Controle de Segurança Privada (CGCSP)/2013