Revista Sesvesp Ed. 119 - 2014 | Page 9

da Carta Magna. E Luiz Maurício Souza Blazer, delegado geral da Polícia Civil de São Paulo, reforçou que a atual política de segurança pública se pauta por pesados investimentos em capacitação de pessoal e aquisição/implantação de tecnologias avançadas. Já o coronel Marco Aurélio Alves Pinto, comandante geral do Corpo de Bombeiros de São Paulo, afirmou que, apesar do caráter menos policialesco e de repressão ao crime, feito pela corporação – mais voltada para desastres e catástrofes –, ela também caminha em direção à evolução com a aproximação do setor particular. Enquanto isso, Rodrigo de Brito Carnevale, representando o superintendente regional do Departamento da Polícia Federal, saudou o avanço nas relações entre as esferas pública e privada. Fernando Grela Vieira, secretário de Segurança do Estado de São Paulo, defendeu profundamente a institucionalização da parceria público-privada na área de segurança. Admitiu a liderança do estado na questão, mas salientou a crucial importância do apoio do setor privado. “A segurança pública é um sistema, e, como tal, em sua formulação ela exige a participação de vários atores além do estado, como a sociedade civil e as empresas privadas.” UM CASE DE SUCESSO John Shaw, diretor geral da G4S Serviços Públicos, demostrou como se deu o avanço da parceria entre a G4S e a Polícia de Linconshire, no Reino Unido ― um acordo de 300 milhões de libras, com duração de 10 anos, que gerou economia orçamentária para a administração local da ordem de 66 milhões de libras. “Devido à crise financeira internacional, todos os distritos da Inglaterra sofreram com reduções consideráveis de orçamento, e Linconshire foi um dos mais atingidos. Para conseguir manter seu efetivo nas ruas, sem reduzir a qualidade nos serviços, a iniciativa particular foi procurada e nós vencemos a licitação”, explicou Shaw. Segundo o executivo, embora tenham sofrido com uma resistência inicial do público, da imprensa e de setores da corporação policial, uma vez que ficou claro a todos que a terceirização de serviços se restringiria a atividades administrativas e de gestão de material, sem interferir no trabalho da polícia nem substituí-la em suas atribuições ofi- PALHUCA CUMPRIMENTA o secretário de Segurança, Fernando Grela Vieira ciais constituídas em lei, as mudanças foram rapidamente aceitas, e hoje, mesmo com uma situação Com o enxugamento de custos operacionais ― trabalhos que não precisavam ser executados por policiais ―, o resultado, além de economia financeira, foi o aumento no número de agentes nas ruas. Assim, verificou-se redução nos índices de criminalidade e na espera para o atendimento de chamadas. Já no contexto particular ficou clara a diversidade de serviços terceirizáveis, ou seja, oportunidade de negócios. LIÇÃO PARA O SETOR John Shaw mostrou as grandes perspectivas que se abrem para as empresas brasileiras, uma vez que legislações específicas e sistemas de auditoria de qualidade tenham sido instit