Revista Sesvesp Ed. 117 - 2014 | Page 45

SORRIA Max Gehringer – O funcionário bonzinho Em empresas, existem três tipos de funcionários: o bom, o ruim e o bonzinho. Dia mais, dia menos, o ruim vai para fora. O bom vai para cima. Mas o bonzinho continua sempre no mesmo lugar. Apesar de ele ser simpático e competente, de ser apreciado pela chefia e de ser estimado pelos colegas,a carreira do bonzinho não deslancha. E ele não consegue entender onde está o erro. A questão é que o bonzinho não tem aquilo que as empresas chamam de “o perfil”. Ele não é agressivo. Não mostra espírito de liderança. Não faz a diferença. Então, para quem está meio em dúvida se é bom ou é bonzinho, aqui vão as cinco características do bonzinho: Primeira: o bonzinho é ouvinte. Numa reunião, evita dar palpite. E está sempre fazendo aquele gesto de positivo com a cabeça. Segunda: o bonzinho concorda com tudo, principalmente com aquilo que não concorda. Sempre acha que é melhor não arrumar confusão e conversar depois, com mais calma. Terceira: o bonzinho não desafia ninguém. Não gosta de discórdia. Para ele, o empate é sempre um ótimo resultado. Quarta: o bonzinho nunca desabafa. Mesmo quando está uma arara, ele continua com aquela expressão de manequim de loja de shopping. Quinta: o bonzinho detesta aparecer. Se surgir uma daquelas raras oportunidades de matar um dragão e virar o herói da empresa, o bonzinho prefere ficar sentado e esperar o dragão morrer de velho. No fundo, o bonzinho é o funcionário que todo mundo quer ter como colega. Ele não faz intriga, não puxa o tapete de ninguém, e está sempre disposto a ajudar a quem precisa de ajuda. Por isso mesmo, chefes e colegas preferem que ele continue onde está, contribuindo positivamente para o ambiente de trabalho. Na verdade, o bonzinho está sendo vítima do egoísmo geral, e todo mundo lhe daria inteira razão se ele reclamasse. Mas ele não reclama, porque é bonzinho. Edição 117 • 2014 |45| Revista SESVESP