SORRIA
Max Gehringer – O funcionário bonzinho
Em empresas,
existem três tipos de
funcionários: o bom,
o ruim e o bonzinho.
Dia mais, dia menos,
o ruim vai para fora. O
bom vai para cima. Mas
o bonzinho continua
sempre no mesmo lugar.
Apesar de ele ser
simpático e competente,
de ser apreciado pela
chefia e de ser estimado
pelos colegas,a carreira
do bonzinho não deslancha. E ele não consegue entender onde está o erro. A
questão é que o bonzinho não tem aquilo que as empresas chamam de “o perfil”.
Ele não é agressivo. Não mostra espírito de liderança. Não faz a diferença.
Então, para quem está meio em dúvida se é bom ou é bonzinho, aqui vão as cinco
características do bonzinho:
Primeira: o bonzinho é ouvinte. Numa reunião, evita dar palpite. E está sempre
fazendo aquele gesto de positivo com a cabeça.
Segunda: o bonzinho concorda com tudo, principalmente com aquilo que não
concorda. Sempre acha que é melhor não arrumar confusão e conversar depois,
com mais calma.
Terceira: o bonzinho não desafia ninguém. Não gosta de discórdia. Para ele, o
empate é sempre um ótimo resultado.
Quarta: o bonzinho nunca desabafa. Mesmo quando está uma arara, ele continua
com aquela expressão de manequim de loja de shopping.
Quinta: o bonzinho detesta aparecer. Se surgir uma daquelas raras oportunidades
de matar um dragão e virar o herói da empresa, o bonzinho prefere ficar sentado e
esperar o dragão morrer de velho.
No fundo, o bonzinho é o funcionário que todo mundo quer ter como colega. Ele
não faz intriga, não puxa o tapete de ninguém, e está sempre disposto a ajudar a
quem precisa de ajuda. Por isso mesmo, chefes e colegas preferem que ele continue
onde está, contribuindo positivamente para o ambiente de trabalho.
Na verdade, o bonzinho está sendo vítima do egoísmo geral, e todo mundo lhe
daria inteira razão se ele reclamasse.
Mas ele não reclama, porque é bonzinho.
Edição 117 • 2014
|45| Revista SESVESP