Revista Sesvesp Ed. 114 - julho / agosto 2013 | Page 3
EDITORIAL
Um projeto para
modernizar os serviços
O
José Adir Loiola
Presidente do SESVESP
Nossas
empresas
e nossos
funcionários
merecem os
benefícios da
regulamentação
da terceirização,
um processo
sem volta
em todo
o mundo”
projeto de lei 4330/2004, em
tramitação no Congresso,
regulamenta o contrato de
prestação de serviços terceirizados e as relações de trabalho dele
decorrentes. É absolutamente necessário
para dar mais segurança jurídica às empresas e aos empregados e, finalmente, inibir
a atuação de empresas clandestinas que
precarizam trabalho e tanto prejudicam a
imagem da segurança privada no Brasil.
Este projeto já esteve para ser votado
algumas vezes, mas a pressão das centrais
sindicais sempre leva ao impasse. São essas forças que mantêm a economia brasileira no passado, com total insegurança
jurídica, e impedem seu avanço para um
mundo melhor.
É o momento de união de todos os empresários e de todos os setores para dar um
basta a esta situação. Nossas empresas e
nossos funcionários merecem os benefícios da regulamentação da terceirização,
um processo sem volta em todo o mundo.
Agora em agosto, depois de várias reuniões e ajustes no texto, para contentar as
quatro partes envolvidas (empresas, trabalhadores, governo e centrais), tudo parecia
se encaminhar para um final decente. Mas
era tudo jogo de cena. Prevê-se mais um
longo e penoso caminho até o consenso.
Ficou bem claro, em todas as discussões,
que as centrais temem perder dinheiro com
a nova acomodação sindical. E elas ganham
muito com sua reserva de mercado sobre
os trabalhadores brasileiros (contribuição
obrigatória correspondente a um dia de
trabalho), recebendo fortunas do governo.
Sabemos todos que os serviços terceirizados, ainda malditos no Brasil, são hoje
a base para uma economia sólida e mais
competitiva no mundo civilizado. Na Europa, 90% das empresas terceirizam sua
produção e 80% dos produtos são comprados de terceiros, índice que chega a 75%
no Japão e nos Estados Unidos.
Nesse modelo não se usa termos como
atividade-meio ou atividade-fim, pois só
as empresas sabem qual trabalho deve ser
entregue a terceiros, levando-se em conta
sua especialização, geralmente de alto nível.
É muito simples, segundo os princípios
da livre iniciativa: os países avançados enriqueceram por entender que dividir o trabalho reduz custos, permite baixar preços
e, em consequência, aumentar salários em
razão de lucros maiores. Solução de Primeiro Mundo.
Queremos esta nova ordem econômica
no Brasil. No nosso caso, a recente visita do papa Francisco ao Brasil, durante a
Jornada Mundial da Juventude, deu maior
visibilidade aos profissionais de segurança privada. O jornal O Globo, do Rio de
Janeiro, por exemplo, destacou algumas
de suas características, como inteligência
visual, atenção, responsabilidade, foco, amplo campo de visão e até capacidade de
permanecer por muitas horas em silêncio, ressaltando também os cursos para
formação profissional.
Ao chamá-los de homens de preto, referência aos que cercavam o papa, o jornal carioca informou também que força
física não é pré-requisito para a profissão
de vigilante ou segurança, cujo mercado
se expande em todo o Brasil.
A abordagem de O Globo serviu, enfim,
para mostrar aos seus leitores o lado verdadeiro do trabalho da segurança. Esta é a
imagem que pretendemos ampliar para o
nosso setor. E não aquela ainda embotada
pelas empresas clandestinas que infestam
o mercado.
É por tudo isso que precisamos nos unir
em torno do projeto de terceirização em
tramitação no Congresso Nacional. Todos
os prestadores de serviços serão reconhecidos por sua importância para a economia – e não mais coadjuvantes de segunda
classe – e, de quebra, nos veremos livres
da praga dos clandestinos.
julho / agosto 2013
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