Revista Sesvesp Ed. 108 - julho / agosto 2012 | Page 20
ARTIGO
Não existe
uma fórmula
mágica para o
dimensionamento
dos recursos
de segurança,
e quando digo
recursos, falo em
pessoal qualificado
e treinado,
equipamentos
eletrônicos
e normas e
procedimentos.
Cada caso é único
e assim deve ser
tratado”
Revista SESVESP
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segundo as leis vigentes.
Em quadra, apenas três
agentes de segurança são
facilmente identificados pelos expectadores. Dois postados próximos ao time da
casa, os Heats, e um junto ao time de visitantes, os
Magic. Pelo meu conhecimento, diria que a maior
preocupação desses agentes
é uma invasão de algum
fã na tentativa de assediar
um dos jogadores e não de
um atentado contra o bem
estar dos atletas, embora o
risco exista e deve sempre
ser considerado.
Com exceção do controle de acesso na entrada
e dos três Agentes de Segurança postados na quadra,
a presença da Segurança
Privada era bastante discreta e, por muitas vezes,
passava despercebida pelo
público, mas nem por isso
foi menos eficiente.
Case 02 – Torneio Grand
Slam de Tênis – Nova Iork
Conhecido como US Open,
o torneio de tênis de Nova
Iorque é considerado um dos
quatro grandes do mundo
(Grand Slam). Os jogos são
disputados em um complexo
conhecido como Flushing
Meadows, que conta com
32 quadras, um estádio secundário, o Louis Armstrong
Stadium, que comporta quase 18.000 pessoas, além da
quadra central, o Arthur Ashe
Stadium, com capacidade
para 22.547 pessoas, o maior
estádio de tênis do mundo. Os jogos são disputados
durante duas semanas de
competição.
Aparentemente, podemos
acreditar que as estruturas
de Segurança entre o torneio de Miami e o torneio
de Nova Iorque são idênticas, pois contam com o
mesmo público, além de
patrocinadores e promotores semelhantes. Fazer
tal suposição é um grande engano.
O público não é o mesmo. As características das
cidades são completamente
diferentes. Miami é uma cidade de praia, clima quente
e forte influência latina, enquanto Nova Iorque é uma
locomotiva de negócios e
oportunidades, uma megalópole multicultural e
multirracial.
Não podemos esquecer
os atentados de 11/09. Nova
Iorque ainda sente os impactos e as consequências
dos atos terroristas. Engana-se quem acredita que o
modo de vida dos cidadãos
nova-iorquinos não mudou
depois da derrubada das torres gêmeas.
Na entrada do torneio,
um rigorosíssimo esquema
de Segurança recebe o público. Semelhante ao controle feito nos aeroportos,
o público é revistado e os
pertences são checados. A
grande diferença em relação
à Miami é a proibição de
entrar no complexo portando volumes, como bolsas,
sacolas e mochilas. Todos
esses pertences devem ser
acondicionados em armários (Lockers), localizados
em áreas próximas, porém
fora do perímetro do complexo. Uma clara e obvia
preocupação contra artefatos explosivos.
Dentro de Flushing Me-
adows a preocupação com
a Segurança é latente. Diferentemente da NBA e do
torneio de Miami, a Polícia de Nova Iorque (NYPD)
não ocupa somente as áreas
externas e de entorno do
complexo, mas adentra o
torneio, posicionando homens em pontos estratégicos e circulando entre o
público. A Segurança Privada
também tem o seu papel e
atribuições, e trabalha de
forma integrada com as
Forças Policiais.
A presença marcante
da Polícia, ostentando armamentos letais e não letais, ao mesmo tempo em
que, tranquiliza o público,
acaba criando um leve mal
estar, pois constantemente
recordamo-nos dos atentados e ficamos em um leve
estado de alerta. No caso
específico de Nova Iorque,
a Segurança não passa despercebida, deixa de ser uma
coadjuvante do espetáculo
para ser uma das protagonistas.
Políticas de Segurança
Os cases acima ilustram
muito bem a realidade dos
grandes eventos mundiais, .
Uma das conclusões que
tiro das visitas que fiz a esses
torneios, é que não existe
uma fórmula mágica para o
dimensionamento dos recursos de segurança, e quando
digo recursos, falo em pessoal qualificado e treinado,
equipamentos eletrônicos
e normas e procedimentos.
Cada caso é único e assim
deve ser tratado.
Muitas variáveis afetam
a Segurança em eventos,