Revista Sesvesp Ed. 103 - Setembro / Outubro 2011 | Page 14

megaevento diretos nas negociações sindicais e nós vivemos um momento de negociações sindicais intensas no Brasil nas mais diversas categorias. Isso tem significado mais negociações e menos dissídios. Nós quase não temos mais dissídios nesse país, temos a data-base ou a data da renovação da convenção coletiva ou do acordo coletivo. A expressão dissídio significa dizer que vai ser decidido pelo Judiciário. Vivemos o momento da negociação e o nosso país deu salto nisso também. As demandas sindicais demandam mais e mais preparo das empresas, dos seus executivos e diretores, dos gerentes e dos supervisores. O nosso desafio é sermos proativos, deixarmos de ser reativos. A maioria das nossas empresas não está preparada para agir proativamente, para trabalhar com o problema antes que ele aconteça. A maioria das nossas empresas ainda se caracteriza pela gestão por episódio, baseado no improviso, sem planejamento. A hierarquia da estrutura organizacional está distante da gestão estratégica de recursos humanos em várias empresas e segmentos”. Talvez um dos momentos mais esperados, tenha sido a palestra sobre o andamento do Estatuto da Segurança Privada, ministrado pelo Secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Dr. Marivaldo de Castro Pereira, e pelo Coordenador Geral de Controle da Segurança Privada do Departamento de Polícia Federal, Dr. Clyton Eustáquio Xavier. Segundo Dr. Marivaldo, o Ministério da Justiça está empenhado em criar esse novo Estatuto, ouvindo todas as entidades relacionadas com o tema que o procurarem, porque “a criação de uma lei moderna e alinhada com a realidade do setor vem garantir a atuação de empresas regulares e combater firmemente os serviços irregulares e informais de segurança”. Um dos pontos de consenso entre todos os que discutem o tema é justamen- Revista SESVESP |14| setembro / outubro 2011 te o combate à clandestinidade, que cria um mal para todos os que atuam regularmente e também para os tomadores desses serviços. “Trouxemos à mesa várias entidades representativas do setor e estamos dialogando com cada uma delas para ver em que medida a minuta que temos contempla as suas demandas e ou é necessário reformulá-las; e se há pontos ainda divergentes que possam inviabilizar a tramitação do processo lá na frente. O nosso trabalho atual é construir o maior consenso possível para facilitar a tramitação dessa proposta lá no Congresso Nacional. Essa é nossa principal preocupação, temos convicção de que nada adianta construir uma proposta que seja considerada ideal por alguns setores e que chegue ao Congresso Nacional e fique arquivada. A coisa mais fácil é parar um Projeto de Lei, pois um parlamentar sozinho consegue barrar a tramitação de um PL e eventualmente barrar o interesse de toda uma categoria, de todo um setor e interesse da população na regulamentação. A falta de uma regulamentação adequada gera os seguintes problemas: * Aumento da atividade clandestina; * Impede a arrecadação de tributos; * Risco para os trabalhadores e para a população; * Descontrole do material utilizado. * Falta de instrumentos e fiscalização favorece a atividade clandestina * A ausência de tipificação penal específica; * Ausência de responsabilidade do contratante de forma a inibir que ele contrate empresas clandestinas * Proliferação de normas de regulamentação em âmbito local - vários municípios legislam sobre o tema, dispondo sobre o uso de equipamentos de segurança, e outros assuntos que deveriam ser tratados no Estatuto de forma uniforme, o que acaba prejudicando o desenvolvimento de alguns setores que têm que se adap- tar à realidade de cada local e isso gera uma série de obstáculos. * Desproporcionalidade dos requisitos de segurança – entidades voltadas ao microcrédito, voltadas à população mais pobre, não podem receber as mesmas imposições as mesmas medidas de segurança de uma agência bancária. * Crescimento e especialização do setor não reguladas pela atual legislação – existe uma série de serviços que não estão previstos na lei até para facilitar a sua atividade e fiscalização. * Falta de regulamentação de novas tecnologias. Inovações do Estatuto Regulamentar novas atividades de segurança privada: * Eventos em espaços públicos; unidades de conservação e reflorestamento; monitoramento/rastreamento eletrônico de bens e pessoas; bens e numerários; * Permite à PF a definição de outras atividades (em hipótese nenhuma se pretende substituir a segurança pública pela segurança privada); Prevê quatro modelos para a execução dos serviços: * Empresas de serviço de segurança; de Cursos de Formação de Profissionais; Serviços Orgânicos de Segurança; e Empresa de Sistemas Eletrônicos de Segurança. Regulamenta a segurança nos correspondentes bancários * Inclui os correspondentes no rol de fiscalizados, obrigados a apresentar plano de segurança proporcional ao impacto do incremento do risco. * Regulamenta unidades bancárias inexistentes para a atual legislação como agências flutuantes e itinerantes. * Prevê a utilização de veículo parcialmente blindado para facilitar a circulação monetária em locais inacessíveis ao carros-fortes tradicionais. Define mais claramente a atua-