Revista Sesvesp Ed. 102 - Julho / Agosto 2011 | Page 37

PERNAMBUCO Malote eletrônico é engavetado O Projeto de adoção de um malote inteligente para transportar valores proposto pelo vereador Maré Malta (PPS) foi discutido, no dia 01 de setembro, em audiência pública, na Câmara dos Vereadores do Recife. Alvo de protesto do Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco, a idéia terminou sendo retirada de pauta e não irá mais para votação. Atendendo à solicitação da categoria, o vereador vai apresentar um texto substitutivo para a proposta, a partir de sugestões enviadas pelos segmentos que atuam na área, como vigilantes, bancários e donos de empresas transportadoras de valores. O malote inteligente prevê um dispositivo que queima as notas transportadas, caso o pacote seja violado. O projeto foi apresentado na Câmara em março. Em agosto, conseguiu ser aprovado em primeira discussão. Vestidos com camisetas onde se lia: “Malote inteligente desemprega, contamina e mata”, os vigilantes criticaram o projeto, afirmando que ele vai reduzir o número de vagas no mercado de trabalho, sem trazer ganhos concretos para a sociedade. O Presidente do Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco, Cassiano Souza, diz que a medida só traz prejuízos. “Além do risco de ferir o vigilante, quando o dispositivo for acionado, a proposta abre espaço para que qualquer pessoa possa realizar o transporte de valores, sem nenhum tipo de treinamento. Será um risco enorme para quem transporta e para a sociedade, porque isso pode estimular o número de investidas por parte dos assaltantes”, afirma. O malote inteligente só pode ser aberto nas empresas ou nas agências onde os valores são depositados. Com isso, não adianta roubar os caixas, porque o conteúdo é inutilizado com um jato de fogo. O malote tem que estar sempre conectado a uma base. Ao ser retirado, dispara uma contagem regressiva. Se um determinado tempo ele não for novamente plugado, o dinheiro queima. Diante do protesto da categoria, o vereador Maré Malta resolveu não levar o projeto adiante: “não tem sentido. Pensei na proposta como forma de beneficiar os vigilantes, que ficam expostos durante o transporte dos malotes. Se eles não concordam com a idéia, é melhor pensarmos em outras alternativas para aumentar a segurança da atividade”, explicou. Uma das ações discutidas pelo sindicato é a criação de um estacionamento apropriado dentro dos estabelecimentos bancários para a descarga dos malotes com dinheiro. “Isso, sim, traria resultados. Os bancos teriam que se adequar, para diminuir a exposição na hora da transferência do material do carro-forte para a instituição”, defendeu Cassiano Souza. maio/junho 2011 |29| Revista SESVESP