Revista Sesvesp Ed. 101 - Maio / Junho 2011 | Page 8
PLANEJAMENTO
Três regras de ouro para
o mercado de Segurança Parte I - Planejamento
S
Gabriel Ribeiro Tinoco
Administrador de Empresas
pela PUC-SP, MBA em Direção
de Segurança Empresarial
pela Universidade Comillas
de Madrid – Espanha, MBA
em Gestão Estratégica de
Segurança pela Universidade
Anhembi-Morumbi
Projetos bem
planejados,
se mostram
eficazes no
tratamento
e redução
dos riscos
encontrados
e eficientes
na aplicação
dos recursos
financeiros dos
clientes”
Revista SESVESP
|8| maio/junho 2011
egurança Privada é
um tema complexo. Para cada uma
de suas cinco modalidades
de atuação, segurança patrimonial, segurança pessoal,
transporte de valores , escolta de cargas e cursos de
formação, existem diversas
variáveis que impactam diretamente a qualidade da
prestação de serviço, e para
abordar todos os assuntos
relevantes, precisaremos
publicar inúmeros artigos
nessa coluna.
Recentemente, em um
programa de entrevistas, fui
perguntado quais seriam as
regras básicas, as mais importantes do mercado de
segurança. Ao final, o entrevistador me pediu para
elencar somente três, que
seriam as “regras de ouro”
para quem atua no mercado de segurança privada.
Mas como responder a
essa pergunta de forma tão
direta e simplificada? Como
escolher apenas três pontos entre tantos outros relevantes? Quais realmente
são determinantes para o
sucesso ou fracasso nesse
tipo de prestação de serviços?
A resposta para essa
pergunta, a principio despretensiosa, não é nem um
pouco simples. Escolhi três
pontos que, no meu entendimento, formam as três
regras de ouro. São elas:
· Planejamento;
· Treinamento, Controle
e Correção;
· Atendimento à Legislação da Polícia Federal.
Planejamento: no ramo
de segurança não existe margem para erros. Quando falamos em planejamento, não
estamos tratando somente
do erro operacional, aquele
que acontece em campo,
no dia-a-dia, mas sim de
um erro mais grave, o de
planejamento da equipe e
do sistema de segurança.
Todo o projeto de Segurança, para ser bem sucedido, deve ser devidamente
planejado. O leitor assíduo
dessa revista já leu em várias oportunidades sobre a
importância da análise de
riscos. Existem diversas metodologias de análise de riscos: método mozler, método brasiliano, sistema GIRO
(Gestão Integrada de Riscos
nas Organizações), etc... As
metodologias disponíveis são
válidas, desde que aplicadas
corretamente, mas o que vemos, são projetos e sistemas
de segurança elaborados de
forma empírica, sem a utilização de qualquer metodologia, levando em consideração apenas o know-how
do consultor ou gestor.
Um exemplo simples,
mas que ilustra bem essa
situação é a blindagem de
um carro. Antes de encaminhar o veículo a uma blindadora, é preciso conhecer
o VIP que irá utilizar esse
carro e identificar os ris-
cos a que ele está exposto
e o nível de proteção que
deverá aplicado. Se o protegido em questão for um
diplomata americano, ele
pode estar vulnerável a sofrer um atentado terrorista
ou um ataque político, e de
pouco adianta uma blindagem nível II, pois esse nível
de proteção não é eficaz a
ataques com armas de alto
calibre e artefatos explosivos. No mesmo exemplo, se
o VIP que utilizar esse veículo for um empresário que
está sujeito a seqüestros e
a violência das grandes cidades, é um desperdício de
dinheiro blindar seu carro
com um nível de proteção
V, pois estamos investindo
dinheiro prevendo cenários
que não vão se concretizar.
Estendendo a mesma
linha de raciocínio às outras ferramentas de proteção, dimensionamento
de equipes de segurança,
aplicação de equipamentos eletrônicos (CFTV, alarmes de intrusão e proteção
perimetral) e a criação de
normas e procedimentos,
concluímos que a falta de
planejamento é responsável por falhas nos sistemas
e pelo desperdício de dinheiro. Em contrapartida,
projetos bem planejados, se
mostram eficazes no tratamento e redução dos riscos
encontrados e eficientes na
aplicação dos recursos financeiros dos clientes.