Revista Sesvesp Ed. 100 - Março / Abril 2011 | Page 18

perfil: Dr. Adelar Anderle Regulação do Mercado requer interação A Coordenador Geral de Controle da Segurança Privada promove o controle e o desenvolvimento do setor delar Anderle tem se destacado à frente da Coordenação Geral de Controle de Segurança Privada (CGCSP) em virtude do excelente trabalho que vem desenvolvendo no combate à clandestinidade, reformulação da legislação do segmento e modernização da atividade, entre outras ações. Com uma experiência de 10 anos como oficial da Polícia Militar do Rio Grande do Sul e 16 anos como policial federal, Adelar Anderle traz em seu currículo cursos como o de Gestão de Segurança Pública na Academia do FBI nos Estados Unidos; pós-graduação e mestrado em Direito Constitucional e MBA e Gestão de Segurança Pública na Fundação Getúlio Vargas, o que o credencia como uma das maiores autoridades em segurança do país. À frente da Coordenação, o desafio inicial e vencido foi estudar profundamente a questão da segurança privada buscando o embasamento teórico e jurídico constitucional para que ele pudesse direcionar os seus trabalhos. O segundo ponto foi propor uma mudança cultural dentro da Polícia Federal. “O nosso policial é mais treinado para fazer polícia judiciária investigativa. Portanto, ele vê do outro lado da mesa sempre a possibilidade de se capturar um bandido. Enquanto que nas atividades de polícia administrativa da PF, como é o caso do controle da segurança privada, controle de produtos químicos, o porte e registro de armas, necessita-se da interação com a sociedade. Ou seja, a Polícia Federal precisa interagir junto Revista SESVESP |18| março/abril 2011 ao mercado para que possa regulá-lo e fazer com que ele cresça com saúde. Ora, colocar na cabeça de policiais treinados para combater o crime, que eles vão regular um mercado é uma missão muito difícil. Ela ainda não está vencida por inteiro, mas muitos já entenderam a mensagem e já estão adotando essa prática de um estado gerencial e que interage com o segmento”, conta Dr. Adelar. Mas não é só isso. Além de uma campanha de conscientização interna, Dr. Adelar continuou e aperfeiçoou o trabalho iniciado pelo Dr. Wantuir Jacini, implantando o GESP – Gestão Eletrônica da Segurança Privada, automatizando e acelerando os trâmites processuais da segurança privada. Mas o maior esforço tem sido realmente criar um Estatuto da Segurança que contemple todos os segmentos que compõem a segurança privada e que reúna em si todas as propostas de diversos projetos de lei que tramitam Adelar Anderle, Coordenador Geral de Controle de Segurança Privada (CGCSP) no Congresso sobre o tema. E com o Estatuto ainda em tramitação, Dr. Adelar já se dedica a um novo projeto: acompanhar os trabalhos de preparo do país para a Copa 2014 e para as Olimpíadas no tocante à segurança privada. “O GESP é uma realidade e está provando dar certo. Desde 2006, tivemos muitas promessas, muitas quedas, muitos erros, mas nos levantamos de novo, fizemos ajustes e hoje o GESP está em pleno funcionamento. Eu tenho orgulho em dizer que já assinei diversos processos de compra de armas que duraram dois dias, desde o pedido da empresa. Imagine que antes o processo durava meses pelo malote, e hoje, em dois dias, um processo desses é eletronicamente aprovado. Existem empresas recebendo sua revisão em 10, 15 dias porque elas entram no sistema com toda a documentação necessária. Agora, para aquelas empresas que não entram com a documentação ou praticam algum erro no GESP, o processo vai demorar um pouco mais porque a empresa é notificada, são feitos os ajustes, além do retrabalho, pois o analista tem que rever tudo depois que as inconsistências são sanadas. Atualmente, muitas empresas estão manifestando-se a favor do GESP, mas um pequeno percentual ainda enfrenta problemas por conta dessas inconsistências e erros”, garante Dr. Adelar. Quanto ao Estatuto, o Delegado lamenta muito que a Comissão Especial criada pelo então Presidente da Câmara, Michel Temer, sob a presidência do Deputado Federal Felipe Pereira,