Revista Sampa Digital Edição 26 Abril 2020 ilovepdf_merged-2 | Page 14

Ela conta que depois da missa, eles serviam café para as pessoas em uma serraria ao lado da igreja e que também serviam almoço. Só que o almoço era servido em sua casa e na dos demais fundado- res, pois a logística era mais fácil. Depois da reza, as pessoas faziam seus pratos e iam comer no quintal e até mesmo na calçada pois a quantidade de gente era grande. Com o passar do tempo, sua mãe faleceu e ela continuou. Conta que em algumas das casas o pessoal aproveitava após o almoço para fazer um samba, e isso acabou virando uma tradição. A cada ano a festividade e a quantidade de pessoas aumentava mais. Foi quando Dona Lucinda e seu marido resolveram fechar a rua para poder atender todas as pessoas. Contavam com a ajuda de amigos e parentes, faziam todo ano contato com a prefeitura para poder realizar com segurança a festa. Todos ajudavam como podiam, uns cozinhavam, outros conseguiam mesas e cadeiras, outros faziam o samba e assim a cada ano a festa ia se tornando popular. Tudo ia bem, mas passado alguns anos, veio a crise, as coisas começaram a ficar mais difíceis, as pessoas não conseguiam mais ajudar, e para poder fazer a festa sozinha não teria como. Chegado 2020, ela conta que estava bastante triste pois não iria conseguir fazer a festa, pois não tinha como fazer na rua por causa de autorizações da prefeitura, poucas pessoas para ajudar nesta parte burocrática, etc. Como hoje ela faz parte da Impé- rio de Casa Verde, ela e sua filha Luzia, tiveram a ideia de pedir a quadra para o presidente da escola para que realizassem a festa, com toda a infraes- trutura que a quadra possui e com segurança para as pessoas. Ela me conta que o presidente prontamente cedeu a quadra sem nenhuma objeção para que ela pudesse fazer a festa para todos, e diz, “Foi uma felicidade, só tenho a agradecer por tudo”! Por fim, Dona Lucinda e Luzia sua filha, fazem questão de registrar, que hoje a festa só existe porque seus familiares e amigos colaboram para realizar tudo com muito amor e carinho, e deixam sua gratidão a todos. Dona Lucinda é um exemplo de mulher guerreira, que nunca se acomodou com os reveses da vida, a mesma mãe do carnaval é também a mãe que alimenta na Festa de São Benedito. Que ele a aben- çoe sempre e que lhe dê saúde e força por muitos anos para continuar sua jornada. 14 1