Revista Sampa Digital Edição 26 Abril 2020 ilovepdf_merged-2 | Page 10

A os 82 anos, dona de uma saúde.e disposi .......ção de dar inveja a qualquer adolescen- te é a personagem desta história. Paulista- na, nasceu sob o signo de escorpião, católica e devota de São Benedito. Atualmente é “Madrinha da Ala das Baianas” da Escola de Samba Império de Casa Verde. .. Escorpianos são pessoas sedutoras e muito confiantes, demonstram-se aptas e compe- tentes em suas atividades propondo-se a mudanças e adaptações para poder bem realizá-las. E assim também é Dona Lucinda, de um coração enorme, generosa e agora “global” como todos os amigos a chamam, por ter aparecido na TV após o desfile de carnaval e por participar de vários eventos, “fiquei famosa” ela diz com um sorriso no rosto. Se ela gosta? A família conta que ela ama, e que não pode ver uma câmera que já quer tirar fotos, conta também que o marido quando vivo falava “você ainda vai apare- cer na TV fazendo novela”!.......................... COMO TUDO COMEÇOU Na década de 60, quando as escolas de samba de São Paulo desfilavam na Av. São João, ela não perdia um desfile se quer, assistia a todos. Não havia nenhuma estru- tura, e o desfile era assistido em pé, o que separava a plateia das pessoas que desfila- vam era apenas uma corda. Mas qual o problema? Nenhum, diz que ficava ali do começo ao fim, vendo toda aquela festa passando bem em frente de seus olhos. Nesta mesma época já frequentava bailes e a quadra da Unidos do Peruche com seu marido e filhos. Nos anos 70, os desfiles passaram a ser na Av. Tiradentes com arqui- bancadas e com “um pouco” mais de confor- to, pois havia lugar para sentar. Mas Dona Lucinda não pensava em conforto e muito menos pensava em ficar sentada, queria mais era ficar em pé mesmo, observando todas aquelas fantasias, as danças, o som das baterias e cantando os sambas… Ah o samba! Mas ela nunca pensou em desfilar, o negó- cio dela era apenas frequentar a quadra e assistir aos desfiles. Então, como gostava de estar no meio de toda aquela festa, se propôs a ajudar e a cuidar dos adereços, das fantasias e estava sempre à disposição para ajudar no que fosse necessário, no barra- cão. Em meados de 1994, junto ao seu marido começaram a ir na Escola de Samba Império de Casa Verde que acabara de ser inaugura- da e era muito perto de sua casa. Frequenta- va com toda a sua família, diz: “A escola é um ambiente muito familiar, não tem bagunça”......................................... Quando chegou na escola, conheceu Dona Lúcia Galvão, Dona Odete e Dona Neusa, que logo a convidaram para se juntar ao time para montar o departamento social da escola, onde ficou por alguns anos. Já em 1997, participou do curso de harmonia e ficou na ala por um ano. No ano seguinte, foi convidada a fazer parte da Ala das Baianas, que prontamente aceitou, pois sentiu que naquele momento estava preparada para desfilar em uma ala, e não mais atuar como coadjuvante............................................... Em 2018, ela recebeu uma homenagem por ser a mais antiga da Ala e recebeu a faixa de Madrinha da Ala das Baianas, título que ela carrega consigo até hoje com muito orgulho. Ela conta que sua preparação para o carna- val é igual a de todo o componente. “Não é porque eu tenho mais idade e sou a mais antiga que tenho folga não”. Sua filha Luzia é apoio da Ala das Baianas, a bisneta Victória já trilha o caminho da bisavó desde cedo. Aos 14 anos foi eleita Rainha Infantil pela ASSASP e hoje integra a Ala das Tigresas na escola. Nos anos 90, o Sr. Manolo, dono da churras- caria onde Lucinda trabalhava no Parque Peruche, montou uma ala na escola de samba Unidos do Peruche e a convidou para participar, pois já sabia desse amor que ela tinha pelos desfiles e pelo samba. 11