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ENTREVISTADO #1
Raimundo Martins Neto, 60 anos,
ex-assaltante de banco,
Raimundo Martins Neto, 60 anos, ex-assaltante de banco,
vindo de uma família evangélica e bem humilde, acabou
entrando para o mundo do crime, acarretando-lhe uma
pena de 29 anos. Cumpriu quase 20 e afirma que nada é
por acaso, que poderia nem estar vivo para contribuir com
sua história. Além de ter aprendido muito e ter decidido
mudar completamente sua vida após a prisão, procura
também ajudar os que estão passando por situações
similares, frequentando casas de ex-dependentes químicos,
participando de projetos sociais nas prisões e dando
palestras.
pagando a nossa pena, muitos nos discriminam porque isso
faz parte do ser humano” Entende que para conseguir
reconquistar um espaço na sociedade, é necessário ter a
consciência de que o preconceito existirá e que são nesses
momentos que não se deve sentir vitimado.
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Atualmente, é um microempresário - graças às
oportunidades oferecidas pela Liberty para reingressar os
estudos. Não está mais tão presente nas atividades do
projeto, mas segue dando palestras e auxiliando a quem
precisa.
Afirma que vivemos em uma sociedade muito hipócrita, que
levanta uma bandeira de reinserção que quase não existe,
sendo assim, se coloca à disposição para melhorar o
sistema e instruir melhor quem precisa. Cita ainda de forma
indireta, o lugar de fala - nada mais válido do que ter
passado por isso na pele para poder passar a mensagem
de forma mais transparente possível. Conheceu a Liberty à
partir de um cartão de visita recebido por um colega, que
tinha como slogan “dignidade através do trabalho”, o qual
o inspirou a fazer parte desse projeto. Assim que saiu do
regime, além de rever a família, procurou Marcos – dono, a
fim de contribuir com Liberty.
Como ainda estava muito no início, não era possível obter
alguma renda, participava mais como palestrante, dando
relatos e auxiliando no que fosse necessário. Dessa forma,
precisou ir atrás de outra fonte para se sustentar, o que não
foi fácil. “O Estado e a sociedade não estão de braços
abertos, eles acreditam que fizemos por merecer. Mesmo
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Documentário “Sem pena”: https://youtu.be/b6RDgB8GVW8