Revista Revelada Revista Revelada_Finalizada | Page 21

ENTREVISTADO #1 Raimundo Martins Neto, 60 anos, ex-assaltante de banco, Raimundo Martins Neto, 60 anos, ex-assaltante de banco, vindo de uma família evangélica e bem humilde, acabou entrando para o mundo do crime, acarretando-lhe uma pena de 29 anos. Cumpriu quase 20 e afirma que nada é por acaso, que poderia nem estar vivo para contribuir com sua história. Além de ter aprendido muito e ter decidido mudar completamente sua vida após a prisão, procura também ajudar os que estão passando por situações similares, frequentando casas de ex-dependentes químicos, participando de projetos sociais nas prisões e dando palestras. pagando a nossa pena, muitos nos discriminam porque isso faz parte do ser humano” Entende que para conseguir reconquistar um espaço na sociedade, é necessário ter a consciência de que o preconceito existirá e que são nesses momentos que não se deve sentir vitimado. 9 Atualmente, é um microempresário - graças às oportunidades oferecidas pela Liberty para reingressar os estudos. Não está mais tão presente nas atividades do projeto, mas segue dando palestras e auxiliando a quem precisa. Afirma que vivemos em uma sociedade muito hipócrita, que levanta uma bandeira de reinserção que quase não existe, sendo assim, se coloca à disposição para melhorar o sistema e instruir melhor quem precisa. Cita ainda de forma indireta, o lugar de fala - nada mais válido do que ter passado por isso na pele para poder passar a mensagem de forma mais transparente possível. Conheceu a Liberty à partir de um cartão de visita recebido por um colega, que tinha como slogan “dignidade através do trabalho”, o qual o inspirou a fazer parte desse projeto. Assim que saiu do regime, além de rever a família, procurou Marcos – dono, a fim de contribuir com Liberty. Como ainda estava muito no início, não era possível obter alguma renda, participava mais como palestrante, dando relatos e auxiliando no que fosse necessário. Dessa forma, precisou ir atrás de outra fonte para se sustentar, o que não foi fácil. “O Estado e a sociedade não estão de braços abertos, eles acreditam que fizemos por merecer. Mesmo 9 Documentário “Sem pena”: https://youtu.be/b6RDgB8GVW8