Revista Reflita revista | Page 8

e pessoas.  O preconceito foi de achar que uma escola para PDC seria algo feio”. Falta de Patrocínio Surgimento da Primeira Escola de Sam- ba para PCD   “Eu era responsável por uma ala de pessoas na escola de samba Viradouro e depois do desfile tive hérnia de disco. Não pude mais desfilar, mas assistia pela TV e vi a minha ala desfilar por lá, eu chora- va, pois não podia estar lá. E pensei como deveria ser para PCD? Elas não têm como desfilar. Foi aí que surgiu a ideia de mon- tar uma escola de samba. Existem mais de 45 milhões de PCD no Brasil e isso nem inclui as pessoas com problemas intelec- tuais ou mentais, gente que não acaba mais sem direito de inclusão”,  afirma Paul. O que chama a atenção dos brasile- iros é o fato de que foi um cidadão britâni- co que teve a ideia de fundar uma escola acessível no Brasil. ”Essa atitude e iniciati- va é  esplendida, faz com que os  deficien- tes independentes das suas limitações sin- tam-se incluídos e participem da maior festa cultural do país. O carnaval”, conta Ricardo Almeida, paulista e fã do carnaval brasileiro.    Além de  estar  presente na abertu- ra dos desfiles na Cidade Maravilhosa,  o projeto  realiza diversos tipos de even- tos, como por exemplo, o encerramento das Paraolimpíadas de 2016, festa realiza- da no Boulevard Olímpico, Rio de Janeiro.  O projeto mais recente foi à ida para o sul da Inglaterra, com o objeti- vo de dar aulas de samba e inclusão para os britânicos.  “Isso ajuda na divulgação de inclusão em todas as partes”,  diz Paul.  Quando perguntado sobre quais eram as  maiores dificuldades encontra- das para a realização do projeto, Paul re- sponde:  “O preconceito de desfilar num “palco” (sambódromo) onde a maior at- ração é a beleza e o visual das fantasias 7 A busca por um patrocínio segue in- tensa e os resultados não estão sendo agradáveis. “Os Embaixadores da Alegria não recebem nenhum tipo de apoio, já as outras escolas de samba contam com di- versas formas de patrocínio”, conta Paul.  Embora o projeto seja algo relacionado com inclusão social e que demostra empatia, o que parece ser chocante, é o fato do governo não prestar nenhum tipo de apoio para esse proje- to. Inclusive, a escola não possui sede para reuniões e esse processo se estende des- de 2011, porém devido às mudanças na ci- dade o processo caminha de forma lenta. A falta de patrocínio afeta direta- mente na produção de fantasias e adereços para o carnaval. Por isso, existem riscos de que não ocorra desfile no ano de 2019, mesmo assim, já existe um samba enre- do definido. Não realizar o desfile diminui ainda mais a integração entre a escola e o público presente, logo o entendimento sobre o quanto a inclusão social é impor- tante para os cidadãos, torna-se mais difícil. Foto: Flávia Davies