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do que parcela dos críticos. De fato, ele foi veementemente denunciado pela direita e
pela esquerda tanto por ser um perigoso relativista quanto por ser um apologista do
status quo. Ao mesmo tempo, sua esperança imortal por um futuro humano melhor pode
ser seu grande legado. Ao “colocar a política em primeiro lugar e adaptar uma filosofia
para atendê-la”, como uma vez ele escreveu, procurou remover as barreiras intelectuais
que podem nos fazer negligenciar e perpetuar em vez de notar e remediar a injustiça e o
sofrimento humanos correntes (RORTY, 1991, p. 178). A aposta de Rorty foi a de que
mudando nossas atitudes em relação a nossas amadas crenças e práticas, de modo a vêlas como contingentes e falíveis, em vez de encará-las como tendo captado a realidade
do modo correto, tornamo-nos mais tolerantes e mais justos. Seu pragmatismo nos
mostra um caminho para chegar lá.
* Christopher J. Voparil é Ph.D. em Teoria Política (The New School for Social Research) e é autor do
livro Richard Rorty: Politics and Vision (2006). E-mail: [email protected].
** Vitor Ferreira Lima é pesquisador do Centro de Estudos em Filosofia Americana (CEFA) e estudante
de Filosofia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). E-mail:
[email protected].
BIBLIOGRAFIA
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University Press, 1979.
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Redescrições – Revista online do GT de Pragmatismo, ano VI, nº 1, 2015 [p. 79/85]