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sentido falar em ideias enquanto subsidiárias do uso social. Conforme Geiger, “o que
precisa ser explicado é a eficácia pública, seletiva, ativa das ideias enquanto funcionam
na real solução problemas”26 .
Assim, toda explicação empírica e experimental está relacionada à atividade
teleológica da inteligência. A atividade inteligente envolve um processo de
aprendizagem por meio de ações criativas que se desenvolvem na experiência, visando à
superação de obstáculos que impedem a realização dos objetivos almejados. Esse
crescimento é resultante de estágios que o pensamento percorre e que darão ao
indivíduo um aumento de força e flexibilidade na tarefa de resolução de atividades mais
complexas. Portanto, o progresso da inteligência humana resulta da sua constante
atividade 27 .
Características do Método na Epistemologia de Dewey
Dewey argumenta que a primeira e talvez a maior diferença entre o método
empírico e o não empírico reside na escolha do material original. Para um empirista
naturalista autêntico, a discussão clássica da filosofia, centrada na relação entre sujeito e
objeto, dá lugar ao problema de identificar as consequências decorrentes dessa relação,
ou seja, da distinção entre o físico e o mental, para a nossa vida cotidiana. O que ele
quer saber é como se dão os encontros entre os objetos físicos e os juízos inferenciais
mais complexos 28 . Desse modo, a capacidade de regulação, oferecida pelo método
científico, favorece a compreensão do valor e do significado enriquecido nas coisas da
experiência,
com
maior
clarificação,
maior
profundidade,
previsibilidade
e
continuidade.
O desenvolvimento das ciências constitui num crescente “apoderar, pela
humanidade, de instrumentalidades mais eficazes no lidar com as condições da vida e da
ação”
29
. Assim, o propósito de uma teoria, conforme Dewey, é direcionar a aplicação
de tecnologia com vistas a produzir seu objeto onde ele ainda não existe:
The office of physical science is to discover those properties and relations of
things in virtue of which they are capable of being used as instrumentalities;
26
GEIGER, G. R. John Dewey in Perspective- a reassessment. New York: Mc Graw-Hill Book
Co mpany, 1964, p. 68.
27
SHOOK, John R. Os pioneiros do pragmatismo americano. Trad. Fábio M. Said. Rio de
Janeiro: DP&A , 2002, p. 138.
28
DEW EY, John. Experience and Nature. New York: Dover Publications, Inc., 1958, p. 19.
29
DEW EY, John. Experience and Nature. New York: Dover Publications, Inc., 1958, p. 11.
Redescrições - Revista online do GT de Prag matis mo, ano VI, nº 1, 2015 [p. 30/55]