Revista Pulse Pulse #2 | Page 22

pulse Alimentação para velocistas e fundistas, há diferenças? Por Alan Nagaoka Espero convencer vocês, leitores, dessa resposta com alguns pon- tos importantes a serem pensados. O fato é que a alimentação é um dos fatores que podem otimizar o desempenho, indepen- dente da atividade. Quando equilibrada pode reduzir a fadiga, o que permitirá que o indivíduo treine por mais tempo ou que se recupere mais rapidamente entre as sessões de exercícios. Possi- velmente, a nutrição pode reduzir lesões, ou repará-las mais rapi- damente, afetando a saúde geral do atleta e consequentemente a situação de treino. A alimentação adequada pode otimizar as reservas de energia para competição, afetando tanto atividades de velocidade quanto de resistência. E como diferenciar a alimentação entre fundistas e velocistas? pág. 22 Primeiramente, temos que entender como é a rotina do nadador. Trabalho, estudos e treino! Conheço velocistas que chegam a treinar de 40 a 50 km semanais ou até mais e fundistas que não dobram (dois treinos por dia). Precisamos compreender que para uma mesma prova existem diferentes filo- sofias de treinamento, que por sua vez podem gerar diferentes fatores determi- nantes para a performance do treino, e a partir daí elaborar estratégias nutricio- nais para atenuar esses fatores. Em gran- pulse de parte da consulta eu tento compreen- der o próprio treinamento. Outro fator importante é verificar a com- posição corporal do atleta e, dentro do planejamento técnico, alterar a dieta para que consiga atingir o máximo da performance. Vale a pena lembrar que, na maioria dos esportes, quanto maior for a porcentagem de gordura, menor o desempenho competitivo. Por fim e não menos importante é tra- balhar em cima da individualidade. O “estresse” e o acúmulo gerado no trei- namento é algo individual. Pra mim não faz sentido fazer uma dieta restrita para um fundista ou velocista que está “fora de forma”, reclamando de cansaço há se- manas e com queda no rendimento. No geral, os fatores determinantes para os fundistas seriam o consumo energé- tico, o carboidrato adequado (glicogênio) e a glicemia durante o treinamento. Já para os velocistas, seriam o consumo ener- gético, além do carboidrato adequado e acidose (gerado pelo exercício intenso). É importante frisar que é muito diferente consumir 3.000 kcal de fast food e 3.000 kcal de macronutrientes oriundos de frutas, verduras, carboidratos integrais, gorduras “saudáveis” e proteí- na de “boa” procedência. Portanto, a melhor dica é ficar atento ao período, volume, duração, intensidade de treino e aos “sinais do corpo”. E assim, de maneira “saudável”, adequar o consumo de energia nos dias ou período de maior gasto ou de estresse. Fonte: Swim Channel Alan Nagaoka é nutricionista do Comitê Paralímpico, do Sport Club Corinthians Paulista e Pulse Medicina Esportivo. É nadador “semi aposentado” (difícil de largar o vício). pág. 23