VIAGENS NO TEMPO
por Pandora Guimarães, 2º Ano MEFT
“O
homem...
consegue
elevar-se num balão, opondo-se à gravidade, então, por que é que não haveria de acreditar que acabará por ser
capaz de interromper ou acelerar o seu
andamento ao longo da dimensão do
tempo ou, até dar meia volta e viajar na outra direcção?” – H. G. Wells, A Máquina do
Tempo, 1895.
H. G. Wells foi um dos melhores escri-
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XIX, inícios do séc. XX, que muito inspirou
os cientistas da época e, possivelmente,
dos dias de hoje. No seu romance, A Máquina do Tempo, Wells interpretou o tempo
como uma quarta dimensão, possibilitando
assim as viagens no tempo.
Esta ideia fascinou o físico Einstein que
em 1905, precisamente dez anos após
a edição do livro de Wells, utilizou-a para
criar a Teoria da Relatividade, dizendo que
o tempo é medido de maneira diferente
por observadores estacionários e em movimento. O professor de Matemática Hermann Minkowski, desenvolveu o trabalho
de Einstein e mostrou que o tempo podia
de facto ser tratado matematicamente
como uma quarta dimensão.
Concluímos então que o Universo é,
no mínimo, quadri-dimensional. Como esquatro dimensões: comprimento, altura,
largura e duração. Para melhor percebermos este conceito, voltamos a pegar no
romance A Máquina do Tempo, passando
um excerto de quando o viajante no tempo
convida os amigos a inspeccionar a sua
nova invenção: uma máquina do tempo:
“- É claro que sabem que uma linha
matemática, uma linha espessura zero,
não tem existência real... Nem o tem um
plano matemático. Tais coisas são meras
abstracções.
- Isso está certo – disse o psicólogo.
- Nem pode um cubo, tendo apenas
comprimento, largura e espessura, existir
realmente.
Normalmente, os manuais escolares
apresentam um diagrama bidimensional do
Sistema Solar. O Sol é representado como
um círculo, assim como os restantes planetas em torno deste só que de raio menor.
Este modelo captura um instante do tempo,
noção real.
Um modelo revolucionário que, pela
primeira vez apresenta o sistema solar em
quatro dimensões, foi realizado por George
Gamow em 1947 no seu livro One, Two,
caísse num pequeno buraco negro na Terra
e surgisse subitamente num outro buraco
negro bem distante no espaço. Sagan pediu a Kip Thorne, professor no Caltech, que
violar alguma lei da física, recebendo a resposta de que aquilo que ele chamava buraco negro na verdade era um wormhole, um
túnel de espaço-tempo, ligando dois locais
muito espaçados entre si. Assim, Thorne
começou a interessar-se pelas viagens no
tempo e a partir daí começou o seu estudemonstrou que poderiam ser usados para
viajar para o passado.
Como se pode observar neste modelo,
a Terra torna-se numa hélice azul que se
enrola em torno do bastão laranja no centro que representa o Sol. O raio da hélice
é, como seria de esperar, igual ao raio da
órbita da Terra e, a distância em tempo
para a hélice completar uma volta é, obviamente, um ano. Podemos então reparar
que a Terra não é um círculo como vem nos
manuais, ou uma esfera, como poderíamos
visualizar se entrássemos num foguetão e
girássemos em torno da Terra, mas sim
em espiral através do tempo em torno da
“linha de universo do Sol”.
tomaticamente a uma investigação cientí-
Foster. Sagan queria que a sua heroína
que o corpo sólido pode existir. Todas as
coisas reais... (...) Porém, esperem um instante. Poderá um cubo instantâneo existir?
- Será que um cubo que não dura por
nenhum momento sequer, pode ter uma
existência real?
- Obviamente – prosseguiu o viajante
no tempo – qualquer corpo real tem de ter
uma extensão em quatro direcções: deve
ter comprimento, largura, espessura e duração... Na verdade, há quatro dimensões,
três... de espaço e uma quarta, o tempo.
Há, porém, uma tendência para traçar uma
distinção que não existe entre as primeiras
três dimensões e a última, porque a nossa
consciência se desloca de forma intermitente... longo desta última, do princípio ao
18 | Pulsar | Dezembro 2008
Para melhor se perceber o que é um
wormhole, agarra-se numa folha de papel
e escolhe-se um ponto A e um ponto B.
Qual a menor dist 蛘