Revista Pulsar nº 28 PULSAR | Page 18

VIAGENS NO TEMPO por Pandora Guimarães, 2º Ano MEFT “O homem... consegue elevar-se num balão, opondo-se à gravidade, então, por que é que não haveria de acreditar que acabará por ser capaz de interromper ou acelerar o seu andamento ao longo da dimensão do tempo ou, até dar meia volta e viajar na outra direcção?” – H. G. Wells, A Máquina do Tempo, 1895. H. G. Wells foi um dos melhores escri- V I A G E N S N O T E M P O XIX, inícios do séc. XX, que muito inspirou os cientistas da época e, possivelmente, dos dias de hoje. No seu romance, A Máquina do Tempo, Wells interpretou o tempo como uma quarta dimensão, possibilitando assim as viagens no tempo. Esta ideia fascinou o físico Einstein que em 1905, precisamente dez anos após a edição do livro de Wells, utilizou-a para criar a Teoria da Relatividade, dizendo que o tempo é medido de maneira diferente por observadores estacionários e em movimento. O professor de Matemática Hermann Minkowski, desenvolveu o trabalho de Einstein e mostrou que o tempo podia de facto ser tratado matematicamente como uma quarta dimensão. Concluímos então que o Universo é, no mínimo, quadri-dimensional. Como esquatro dimensões: comprimento, altura, largura e duração. Para melhor percebermos este conceito, voltamos a pegar no romance A Máquina do Tempo, passando um excerto de quando o viajante no tempo convida os amigos a inspeccionar a sua nova invenção: uma máquina do tempo: “- É claro que sabem que uma linha matemática, uma linha espessura zero, não tem existência real... Nem o tem um plano matemático. Tais coisas são meras abstracções. - Isso está certo – disse o psicólogo. - Nem pode um cubo, tendo apenas comprimento, largura e espessura, existir realmente. Normalmente, os manuais escolares apresentam um diagrama bidimensional do Sistema Solar. O Sol é representado como um círculo, assim como os restantes planetas em torno deste só que de raio menor. Este modelo captura um instante do tempo, noção real. Um modelo revolucionário que, pela primeira vez apresenta o sistema solar em quatro dimensões, foi realizado por George Gamow em 1947 no seu livro One, Two, caísse num pequeno buraco negro na Terra e surgisse subitamente num outro buraco negro bem distante no espaço. Sagan pediu a Kip Thorne, professor no Caltech, que violar alguma lei da física, recebendo a resposta de que aquilo que ele chamava buraco negro na verdade era um wormhole, um túnel de espaço-tempo, ligando dois locais muito espaçados entre si. Assim, Thorne começou a interessar-se pelas viagens no tempo e a partir daí começou o seu estudemonstrou que poderiam ser usados para viajar para o passado. Como se pode observar neste modelo, a Terra torna-se numa hélice azul que se enrola em torno do bastão laranja no centro que representa o Sol. O raio da hélice é, como seria de esperar, igual ao raio da órbita da Terra e, a distância em tempo para a hélice completar uma volta é, obviamente, um ano. Podemos então reparar que a Terra não é um círculo como vem nos manuais, ou uma esfera, como poderíamos visualizar se entrássemos num foguetão e girássemos em torno da Terra, mas sim em espiral através do tempo em torno da “linha de universo do Sol”. tomaticamente a uma investigação cientí- Foster. Sagan queria que a sua heroína que o corpo sólido pode existir. Todas as coisas reais... (...) Porém, esperem um instante. Poderá um cubo instantâneo existir? - Será que um cubo que não dura por nenhum momento sequer, pode ter uma existência real? - Obviamente – prosseguiu o viajante no tempo – qualquer corpo real tem de ter uma extensão em quatro direcções: deve ter comprimento, largura, espessura e duração... Na verdade, há quatro dimensões, três... de espaço e uma quarta, o tempo. Há, porém, uma tendência para traçar uma distinção que não existe entre as primeiras três dimensões e a última, porque a nossa consciência se desloca de forma intermitente... longo desta última, do princípio ao 18 | Pulsar | Dezembro 2008 Para melhor se perceber o que é um wormhole, agarra-se numa folha de papel e escolhe-se um ponto A e um ponto B. Qual a menor dist 蛘