Revista Pulsar nº 28 PULSAR | Page 15

A R T I G O D E C A P A Armados com esta simples relação é fácil perceber o que aconteceu no CERN nas suas primeiras décadas. Para aumentar E, e sem tecnologia nova para aumentar B, foi-se aumentando R. Isto leva-nos à sucessão de anéis de aceleradores que foram escavados e construídos: PS (R=100m; 1959), ISR (R=150m; 1973) e o SPS (R=1480m; 1976). Entretanto deu-se outro grande avanço para aumentar a energia disponível nas colisões: em vez de enviar as partículas aceleradas contra a “parede”, passou-se a colidir dois feixes de partículas. Desta forma a energia disponível no centro de massa é a soma da energia das partículas. Em contraste, quando se atira o feixe contra a parede, a energia disponível apenas cresce com a raiz quadrada da energia do feixe (um exercício simples de fazer). cavado para o LEP. De forma a resolver de uma vez por todas a questão, o túnel é simplesmente o maior que se pode fazer na área onde se situa. Como todos os círculos, é limitado por duas linhas (a cadeia montanhosa do Jura a Oeste, e o lago de Genebra a Leste) e um ponto (o ponto de contacto com o resto da cadeia de aceleradores). cia, o túnel do LEP - e agora do LHC, - é o maior túnel escavado para este efeito. O LEP foi feito para fazer medidas de precisão das partículas descobertas no ISR, nomeadamente os transmissores da força fraca: os bosões W e Z. E se bem que o LEP tenha sido apenas inaugurado em 1989, 5 anos antes, em 1984 o LHC já estava a ser pensado. Dada a longevidade que projectos como o LEP, já em 1989, tiveram (por exemplo a construção do LEP foi aprovada em 1981), é natural que os físicos já estivessem a pensar no que viria a seguir. O LEP fez colisões até energias de 200GeV. A seguir teria que vir uma máquina para a descoberta do que existe à escala do TeV (1TeV = 106MeV) e perceber se o Modelo Standard ainda funciona nessa escala de energia, ou se vamos ver indícios de nova Física aparecer no horizonte. E com o Tevatron em Fermilab a prometer 2 TeV de energia para colisões protão-antiprotão nos anos 90, o LHC teria que ser pelo menos 10 vezes mais energético. Mas se o túnel não pode ser maior, como é que podemos conduzir partículas mais energéticas? Aumentando o campo magnético. Nos anos 80 a perspectiva de se poderem utilizar magnetos supercondutores tornou-se na única alternativa a explorar de forma a obter as energias necessárias para cumprir os requisitos da Física. Finalmente, um acelerador é apenas “transformam” as colisões em algo que ponham em evidencia o que se passou. Desde o início da concepção do LHC ticos do mundo. Algumas conseguiram chegar aos dias de hoje com o mesmo nome, m