Revista Portugal Protocolo "27 - 2015 Septembre 2015 | Page 44

Património - Marcas Portuguesas Seculares, Diário de Notícias três jornais de província e noticiarista da Revolução de Setembro e do Conservador. Este último era impresso na Tipografia Universal, onde conhece Tomás Quintino Antunes, também ele tipógrafo e sonhador. Do encontro entre os dois começou por surgir o quinzenário Crónica dos Teatros, de Eduardo Coelho, que passou a ter um gabinete de redacção na Tipografia Universal. Daí à sociedade para o Diário de Notícias foi um passo. O aparecimento dos ardinas Três meses depois do seu lançamento, já estava consolidada uma nova profissão na cidade: os ardinas. Eram já 30, que colhiam uma percentagem diária de 200 a 400 réis. Em pouco tempo nascia a Associação de Socorros Mútuos e Escolar dos Vendedores de Jornais, tendo como patrono Eduardo Coelho. É também com o DN que nasce a reportagem, palavra nova e género inovador no jornalismo da época, muito mais afeiçoado à crónica e à opinião, que trouxe um ar fresco ao jornalismo do final do século passado. O aparecimento do pequeno anúncio Sempre inovador, o DN lançou-se no mercado da publicidade com uma campanha agressiva de angariação, lutando contra a resistência dos produtores e comerciantes da época, duvidosos do sucesso da ideia. Mas, além dos anúncios de carácter comercial, o DN passou a incluir pequenos anúncios de carácter pessoal, incluindo avisos de perdidos e achados, a ponto de, nessa altura, se chamar, por brincadeira, ao jornal Santo António da Sé. É que, por decreto régio muito antigo, de Filipe 44 . Portugal Protocolo 2015 . #27 III, os objectos achados deveriam ser entregues ao ermitão de Santo António da Sé. Até surgir o DN... As tiragens crescentes do jornal começou com cinco mil exemplares por dia e, ainda com Eduardo Coelho, chegou aos 26 mil - impulsionaram a necessidade de uma permanente actualização em matéria de equipamento. O DN produziu uma verdadeira revolução nas artes gráficas em Portugal É também o DN que introduz em Portugal a linotype, uma máquina assombrosa para a época, que mecaniza o trabalho de composição manual. Edição semanal em francês Incansável na procura de chegar até onde houvesse leitores, o jornal passa a ter, a partir de 8 de Maio de 1921, uma edição semanal em francês: era a experiência do Paris-Notícias, que durou dois anos. Em 1925, o DN abriu uma sucursal em Paris, no Boulevard Haussman, ano de abertura de delegações no Rossio e Porto. Em 1928, a firma proprietária do DN passa a chamar-se Empresa Nacional de Publicidade e aparece uma nova experiência: um placard luminoso instalado sobre um prédio do Rossio passou a anunciar, desde 22 de Maio: O Diário de Notícias informa... Este método de informação por meios eléctricos tinha tido como precursor uma outra arrojada iniciativa: um quadro eléctrico, que surgiu pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de 1928, com a transmissão do jogo Portugal-Egipto. Posto privativo de TSF As ligações telegráficas rápidas