Revista Portugal Protocolo "27 - 2015 Septembre 2015 | Page 27
Entrevista com o embaixador José de Bouza Serrano, em Haia
em boa harmonia e coordenação, num
trabalho estressante e efémero que
se renova cada dia.
Quais são as memórias mais
gratificantes que guarda dessas
funções?
Acredite que são inúmeras e nem
todas confessáveis…
Mas recordo com especial significado
a visita de quatro dias a Portugal de
Sua Santidade o Papa Bento XVI (que
conhecera como Cardeal em Roma e
que fora duas vezes à Embaixada),
o almoço em Belém oferecido pelo
Senhor Presidente da Republica ao
Presidente Obama, ou a partida que
me pregou o anterior Rei de Espanha,
que conheço há tantos anos, na visita
à Madeira.
É, actualmente, o Embaixador de
Portugal em Haia, na Holanda,
uma monarquia constitucional.
Testemunhou, em uma posição
privilegiada, o momento histórico
da abdicação da rainha Beatriz em
favor do seu herdeiro, o agora rei
Guilherme Alexandre. Quais são
as diferenças mais evidentes, ao
nível do Protocolo e do Cerimonial,
entre a Monarquia e a República?
Foi realmente uma situação muito
especial e histórica a abdicação de
SM a Rainha Beatriz, Soberana a
quem entreguei Credenciais numa
cerimónia
protocolarmente
muito
cuidada. Seguindo a tradição desta
dinastia, considerou Sua Majestade
que tinha chegado o momento de
entregar o testemunho ao Príncipe
herdeiro, preparado para assumir a
chefia do Estado e com as filhas numa
idade em que não necessitariam
tantas atenções exclusivas dos pais.
Sem a morte do Soberano reinante,
funerais de Estado, luto e investidura
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