Revista Portugal Protocolo "27 - 2015 Septembre 2015 | Page 17
Entrevista com o embaixador José de Bouza Serrano, em Haia
de música em casa, mas o solfejo
afastou-me irremediavelmente da
aprendizagem. A cultura veio, assim,
naturalmente…
A Santa Sé é apenas uma Cidade-Estado Soberana situada no
interior de um outro Estado
Soberano, mas que representa
cerca de 1,2 bilhões de católicos,
mais de um sexto da população
mundial. O que representou para
si a sua permanência naquela
embaixada?
Eu vinha de um período de trabalho
intenso em Bruxelas e na Europa,
onde era “Antici” na REPER, ou
seja, colaborávamos directamente
com o Embaixador e toda a vasta
equipa, pertencíamos a um grupo
restrito e com algum poder dentro
da estrutura comunitária, tirávamos
notas nos Conselhos em que éramos
os diplomatas mais próximos aos
Chefes de Estado e de Governo nas
intermináveis
reuniões,
algumas
“históricas”
para
a
construção
europeia. Tinha tido anteriormente
um longo período de recuperação de
um problema de saúde (embora ser
seguido em Bruxelas, no Instituto
Jules Bordet, fosse uma segurança
e a garantia de estar na vanguarda
da investigação e do tratamento das
doenças oncológicas). Chegar a Roma,
trabalhar na “Vila Lusa”, um palácio
de nossa propriedade na Via San
Valentino, num parque de três hectares
onde também existe uma casa para
o “número dois”, foi uma inesperada
bênção e o melhor dos prémios para
a experiência europeia, que abarcou o
período entre os Tratados de Maastricht
e Amsterdão. Tinha então como chefe,
que muito se interessou na minha
colocação naquele posto, o querido
Embaixador António Pinto da França e
“… o protocolo e o
cerimonial constituem o
que o General De Gaulle
chamava ”a or