REVISTA PODIUM Revista Podium 16 - Abril 2018 | Page 6

PALAVRA DO PRESIDENTE

PALAVRA DO PRESIDENTE

Atletismo: competição individual, trabalho de equipe

POR WARLINDO CARNEIRO DA SILVA FILHO *

Há quase 2.800 anos, um cozinheiro da cidade grega de Élida entrou para a história. Seu nome era Koroebus e, na primeira edição registrada dos Jogos Olímpicos, ele ganhou a única prova então realizada: uma corrida de aproximadamente 200 m. Vem, portanto, das raízes do esporte nos Tempos Antigos a ideia de que o Atletismo é um esporte individual.

Isso é verdade se observarmos apenas o tempo de disputa de uma prova. No entanto, também vem da Antiguidade a noção de que um atleta chega à elite somente se contar com um bom número de apoiadores. Em nossos dias isso significa ter um treinador qualificado, médico, fisioterapeuta, fisiologista, psicólogo, nutricionista. Sem esquecer os árbitros, que conhecem as normas do esporte. Eles preparam pistas e campos para as competições, que depois dirigem.
No Brasil, por força de lei, para disputar campeonatos oficiais o atleta precisa estar ligado a um clube. Esta agremiação deve se filiar à Federação de seu Estado. E as Federações filiadas formam, em nosso País e em nosso esporte, a Confederação Brasileira de Atletismo, a CBAt.
Os clubes têm seus departamentos técnicos, médicos, dirigentes e formam a célula primeira do esporte. As Federações Estaduais realizam seus torneios. E a CBAt organiza os campeonatos nacionais, forma as Seleções que defendem o Brasil nos eventos internacionais e define programas de apoio a atletas e para o desenvolvimento da modalidade.
Para isso, conta com o apoio de patrocinadores e parceiros. Desde o primeiro ano deste século XXI, o Atletismo tem a honra de ostentar a marca Caixa em seus uniformes. Isso porque a Caixa Econômica Federal é a Patrocinadora Oficial do Atletismo Brasileiro.
São os recursos obtidos com o patrocínio da Caixa, mais as parcerias com o Comitê Olímpico do Brasil( COB),
Ministério do Esporte, Nike a partir de 2010 e Playpiso a partir de 2017, que permitem à Confederação apoiar adequadamente os atores do Atletismo. Os resultados, neste período iniciado em 2001, demonstram que o apoio destas empresas e organismos públicos e particulares alavancou a evolução do nosso Atletismo.
Os recordes de conquistas do Atletismo nos Jogos Pan-Americanos do Rio 2007 e Guadalajara 2011 demonstram isso. Nas duas edições, o esporte-base pulverizou as marcas anteriores, superando seus recordes quanto ao número de pódios e de medalhas de ouro.
Em Olimpíadas, nos Jogos de Atenas, em 2004, Vanderlei Cordeiro de Lima deu ao Brasil sua medalha mais emblemática: ganhou bronze na maratona apesar de sofrer uma agressão quando liderava a prova. O Comitê Olímpico Internacional, em reconhecimento, concedeu ao corredor a Medalha Pierre de Coubertin, de exclusivíssima distribuição.
Em 2008, em Pequim, Maurren Maggi ganhou o salto em distância e tornou-se a primeira brasileira a conquistar um título olímpico em prova individual. O 4x100 m feminino ganhou bronze. No Rio, em 2016, Thiago Braz deu ouro ao Brasil com recorde olímpico no salto com vara.
Em Campeonatos Mundiais foram várias as conquistas. O maior destaque foi Fabiana Murer, que se tornou o único nome do Atletismo nacional a ganhar o título em eventos de estádio, como em Daegu, em 2011, e em pista coberta, como em Doha 2010, no salto com vara. Ao mesmo tempo, as nossas equipes, nas várias categorias de idade, mantiveram a soberania em todos os campeonatos sul-americanos.
Volto, agora, ao princípio deste artigo. O Atletismo é um esporte individual, é verdade. Mas também são poucas as modalidades que exigem tanto esforço de um conjunto
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