EDITORIAL
Atravessando diferentes desejos e corpos, a revista Pente tem o
sexo como o seu fio condutor e se põe como uma tentativa de
desmistificar, costurar e materializar questionamentos e
potencialidades discursivas de diferentes maneiras de existir e se
relacionar com o outro.
A concepção e produção criativas ficam por conta de quatro
mulheres, enxergando nessa escolha também uma maneira de
evidenciar estruturas de poder e desconstruir pensamentos
machistas, patriarcais e conservadores que invisibilizam a
diversidade identitária e cerceiam as nossas liberdades.
Assim, partindo do sexo enquanto algo também político é
preciso refletir: o que o obsceno esconde enquanto expõe?
Quais relações de poder estão entremeadas nos fluídos e
mucosas nas representações do prazer? O constante consumo
de tecnologias, imagens e sons estariam confundindo nossas
ficções e realidades? Se sim, o que se ganha e se perde com
isso? Seria então através da reivindicação do direito de gozo
que os corpos atingiriam sua libertação?
As respostas para essas questões demandam reflexões,
comparações e vários (auto)questionamentos. É necessário,
contudo, começarmos a pensar sobre o poder e a fragilidade
dos nossos corpos em relação. Logo, as próximas páginas
aparecem enquanto um espaço de provocações na busca de
traçar narrativas mais sinceras com nós mesmos.