LADO B ]
UM DIA DE
JULHO
A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA, COMEMORADA EM 9 DE JULHO, OPÔS SÃO PAULO AO RESTO DO BRASIL
DA REDAÇÃO
A
venida 23 de Maio. Estação Júlio Prestes. Revolução Constitucionalista. MMDC. Revolução de 32. Os paulistas e, principalmente, os paulistanos estão acostumados com estes nomes e datas. O fato é que neste 9 de julho comemorou-se o 81º aniversário da Revolução Constitucionalista, que opôs o Estado de São Paulo ao presidente provisório Getúlio Vargas e ao resto do Brasil. Na Revolução de 32 – levante de armas mais importante do país no século passado –, São Paulo levou a pior. Foram três meses de luta e pelo menos 830 mortos. Mas o estado entraria para a história como o campeão moral: em 1934, a Constituição tão sonhada pelos paulistas seria promulgada. Ela pôs fim ao governo provisório, mas Vargas foi eleito presidente pelo Congresso, virou ditador ao fim do mandato e governou o País até 1945, quando foi deposto. Para entendermos a Revolução de 32, é preciso voltar a 1930. Vargas, então candidato da oposição à presidência, foi derrotado nas urnas por Júlio Prestes, candidato do então presidente Washington Luís. A eleição de Prestes, tão paulista quanto
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Washington Luís, rompia o velho jogo do "café com leite", que alternava paulistas e mineiros no poder. E era também uma pá de cal na Velha República. Mas o gaúcho Vargas encabeça um golpe militar e sobe ao poder, instaurando o governo provisório. As oligarquias estaduais ficaram extremamente irritadas com esse acontecimento, principalmente as de São Paulo. Outros fatores enfureceram os industriais e latifundiários paulistas: Vargas reconheceu oficialmente os sindicatos dos operários, legalizou o Partido Comunista – fundado em 1922 – e deu apoio a um aumento de
Revolução Constitucionalista de 1932: três meses de luta e pelo menos 830 mortos
salário dos trabalhadores. Ele ainda fechou o Congresso Nacional, as assembléias estaduais e os partidos políticos. Depôs os governadores e os substituiu por interventores – em sua maioria tenentes. O clima de insatisfação gerou em São Paulo a Revolução Constitucionalista, dois anos depois. A adesão da classe média paulista à contestação federal foi notória. Em fevereiro de 1932, uma greve mobilizou 200 mil trabalhadores em todo o Estado, e empresários e latifundiários paulistas se uniram contra Vargas. No dia 23 de maio, um comício reivindicando uma nova Constituição para o país terminou em conflito armado e nele morreram quatro estudantes: Martins, Miragaia, Dráusio e Camar-
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