Arquivo pessoal
que tinham essa característica e conseguiam alcançar a copa das árvores,
onde havia folhas em abundância. Este
processo, que determina que apenas os
indivíduos mais adaptados ao meio em
que vivem prevaleçam e dêem continuidade à espécie, é conhecido como seleção natural.
Adaptar-se nunca foi um grande
problema no reino animal, mas para os
humanos não é tão simples assim; afinal, a mudança de hábitos pode ser
muito brusca. Mas há alguns que se
adaptam facilmente a qualquer ambiente. O brasileiro William Bertagni, por
exemplo, formou-se em Engenharia
Mecânica e começou a trabalhar na
General Motors do Brasil em 1984, na
área de Powertrain. Passou pelas diretorias de Engenharia Experimental, em
1996, foi engenheiro chefe do projeto
O brasileiro William Bertagni (à dir.):
“Participei da concepção do Sonic
desde o início, quando ainda se
discutia a nova arquitetura”
do Meriva, em 1999, e diretor da
Engenharia de Produto, em 2002.
Obviamente, Bertagni já estava
habituado aos seus afazeres na operação brasileira, quando foi nomeado
vice-presidente da GM Coréia do Sul e
engenheiro chefe global de carros
pequenos, em janeiro de 2006. Então,
junto com a esposa e os filhos, ele
mudou-se para o país asiático e teve de
enfrentar as particularidades de uma
cultura radicalmente distinta da sua.
“No começo foi um pouco difícil,
pois tivemos de nos acostumar com a
cultura, as crianças com a escola, sem
contar a comida apimentada que é
totalmente diferente da que estamos
acostumados no Brasil. No início, não
conseguíamos nos alimentar direito,
mas hoje nem sentimos mais o ardor.
Quando alguém vem nos visitar e diz
que o tempero está muito forte, nós
respondemos: ‘Imagina! Desta vez,
está tão leve’”, relata Bertagni.
Mas ele sabe que assumir essa
posição na operação sul-coreana
representa uma grande conquista,
tanto que define sua integração com
os profissionais de olhos puxados
como muito enriquecedora. E não era
para menos, já que, durante o desenvolvimento da nova arquitetura global
dos carros pequenos da GM Company,
Bertagni foi o engenheiro chefe responsável por toda a área técnica dos
veículos dessa categoria, como o
Chevrolet Sonic, o mais recente lançamento da marca no Brasil.
“Participei da concepção desse
compacto premium desde o início,
quando ainda se discutia a nova arquitetura. Para isso, fui à Coréia do Sul em
setembro de 2005 pela primeira vez”,
afirma ele, que complementa: “Os profissionais envolvidos nesse projeto
abraçaram a idéia de que havia uma
enorme necessidade de integração
entre nossa engenharia na Coréia do
Sul e as dos Estados Unidos, da
Europa, do Brasil e da China. Isso foi
desafiador, porém muito gratificante”.
Há seis anos vivendo do outro lado
do mundo, Bertagni se diz totalmente
adaptado. “Algo que nos ajudou muito
foram as características do povo sulcoreano: eles são muito solícitos, prestativos e educados. Sempre encontramos pessoas que estão prontas a nos
ajudar. Isso nos deu confiança e tornou
nossa adaptação muito mais rápida do
que imaginávamos”, conclui ele.
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