Partitura original
de "Stille Nacht,
Heilige Nacht":
composta em
1816, tornou-se
uma das músicas
natalinas mais
cantadas em
todo o mundo
repetem-se rituais
folclóricos da Folia
de Reis, Reisado
ou Terno de Reis
que conservam
velhas tradições
trazidas
de
Portugal.
Cantadores e
instrumentistas
batem de porta
em porta, proclamando versos alusivos à saga dos
Reis Magos e ao nascimento de Jesus,
geralmente pedindo alguma oferenda. O
costume é mantido, ainda que em ocorrências esparsas, em cidades gaúchas
como Capão da Canoa, Gravataí, Novo
Hamburgo, Osório e Vacaria. "Meu
senhor, dono da casa/ Acordai, se estais
dormindo/ Venha ver a estrela d'alva/
Que bonita está saindo", cantam, acompanhados de tambor, triângulo, rabeca,
pandeiro, reco-reco e chocalho.
De norte a sul, as danças dramáticas
do Bumba-Meu-Boi, cujo nome varia de
acordo com a região, representam a
morte e a ressurreição do boi. Em 1991,
a cantora Marisa Monte gravou a cantiga "Borboleta" ("Borboleta pequenina/
Venha para o meu cordão/ Venha ver
cantar o hino/ Que hoje é noite de
Natal"), da Festa Pastoril do Nordeste,
em que cordões de crianças cantam, nas
portas das casas, versos como "Toca o
sino na igreja/ Gira o foguete no á/ Hoje
é missa do galo/ Santa missa do Natá".
DICAS
LIVROS
Quadras Paulistanas
Fabrício Corsaletti
Companhia das Letras
Ao longo dos últimos anos, o
poeta Fabrício Corsaletti
transformou sua coluna na
revista sãopaulo, do jornal
Folha de S.Paulo, no espaço
de uma empreitada rara: colocar a poesia –
em vez da prosa – a serviço da crônica do
cotidiano, numa série a que deu o nome de
“Quadras paulistanas”. Reunidos agora
neste livro, ao lado de fascinantes desenhos
do artista Andrés Sandoval, os versos feitos
ao calor da hora, a partir de fatos, encontros
e imprevistos do dia-a-dia, revelam com que
firmeza Corsaletti concebeu o seu mural
vibrante e amoroso de São Paulo. Com
generosidade, ele tira a poesia da toca e a
põe em movimento pelas ruas, a bordo de
inquietos versos metrificados, turbinados
com o método telegráfico e irônico do
modernismo e o estilo sentimental e aforismático dos versos populares. Embriagado
de realidade, ele percorre os bairros populares, observa os variados tipos urbanos, cinematografa bares e lojas, registra as mutações da linguagem e do comportamento.
Ao coração da
tempestade
Will Eisner
Quadrinhos na
Companhia
Em meio à Segunda Guerra
Mundial, o jovem Willie recebe a convocação do exército americano. Durante a viagem de trem
que faz para se juntar a seu batalhão,
momentos marcantes da sua vida e da história de sua família passam pela janela. A
morte de seu avô materno, que culminou na
separação dos filhos dele, enviados para
diferentes famílias e instituições. A vida de
seu pai em Viena e a imigração para os
Estados Unidos, onde passou de um aspirante a artista a um homem de negócios
fracassado em plena Depressão. A convocação do próprio Willie, que interrompe uma
carreira incipiente, porém promissora, como
quadrinista. A história da família de Willie
confunde-se com a história dos judeus na
América e na Europa na primeira metade
do século XX – notadamente um dos perío-
dos mais conturbados de nossa história –,
quando predominava um sentimento geral de
antissemitismo. "Ao coração da tempestade"
é considerado o trabalho autobiográfico mais
importante de Will Eisner. Nele, o quadrinista
usa seu grande talento para contar histórias )