Revista Panorama #10 Outubro.2013 | Page 27

acompanhasse o progresso da ciência. Em livros como “Paris no Século XX”, predomina uma visão menos otimista sobre o futuro. Nesse livro, modernos sistemas de transporte e de informação, usados numa época em que as armas foram substituídas por acordos comerciais e diplomáticos (numa previsão sobre a globalização do mundo de hoje), dificultaram o triunfo da cultura e das relações humanas na Europa dos anos 1960. Essa linha de criação mais sombria seria utilizada, anos mais tarde, por autores como George Orwell, em seu clássico 1984, e por cineastas, como Ridley Scott, no filme “Blade Runner”. O mérito de Julio Verne não reside na sua capacidade inventiva, mas sim na habilidade de transmitir idéias fantásticas sem abrir mão do rigor e do detalhamento cientifico. “Sempre tentei tornar meus romances, por mais delirantes que fossem, tão realistas quanto possível”, dizia. De um estilo límpido, marca dos grandes romancistas franceses daquele período, e tendo como dom retratar a ciência como um bem ao alcance de todos, Verne cruzou o século XX inspirando gerações. Grandes homens da modernidade, como Santos Dumont – para ficar num exemplo caseiro – foram admiradores de sua obra. Numa época em que viagens ao espaço tornaram-se comuns e uma volta ao mundo pode ser completada em 67 horas, as influências das “Viagens Extraordinárias” de Julio Verne ainda podem ser sentidas. Prova disso é o Festival Utopiales, um dos principais eventos europeus de ficção cientifica, realizado anualmente no Museu Jules Verne, localizado em Nantes, sua cidade natal. Raymond Roussel, um escritor de sua época, profetizou: “Verne continuará a existir, quando todos os outros autores de nossa época já estiverem esquecidos há muito tempo”. DICAS LIVROS O Tempo e o Vento – O Continente Erico Verissimo Companhia das Letras O Continente abre a mais famosa saga da literatura brasileira, O Tempo e o Vento. A trilogia – formada por O Continente, O Retrato e O Arquipélago – percorre um século e meio da história do Rio Grande do Sul e do Brasil, acompanhando a formação da família Terra Cambará. Num constante ir e vir entre o passado – as Missões, a fundação do povoado de Santa Fé – e o tempo do Sobrado sitiado pelas forças federalistas, em 1895, desfilam personagens fascinantes, eternamente vivos na imaginação dos leitores de Erico Verissimo: o enigmático Pedro Missioneiro, a corajosa Ana Terra, o intrépido e sedutor Capitão Rodrigo, a tenaz Bibiana. Poética Ana Cristina Cesar Companhia das Letras Ana Cristina Cesar deixou em sua breve passagem pela literatura brasileira do século XX uma marca indelével. Tornouse um dos mais importantes representantes da poesia marginal que florescia na década de 1970, justamente pela singularidade que a distanciava das “leis do grupo”. Criou uma dicção muito própria, que conjugava a prosa e a poesia, o pop e a alta literatura, o íntimo e o universal, o masculino e o feminino – pois a mulher moderna e liberta, capaz de falar abertamente de seu corpo e de sua sexualidade, derramava-se numa delicadeza que podia conflitar, na visão dos desavisados, com o feminismo enérgico, característico da época. Entre fragmentos de diário, cartas fictícias, cadernos de viagem, sumários arrojados, textos em prosa e poemas líricos, Ana Cristina fascinava e seduzia seus interlocutores, num permanente jogo de velar e desvelar. Seus livros fora de catálogo há décadas estão agora novamente disponíveis, enriquecidos por uma seção de poemas inéditos, um posfácio de Viviana Bosi e um farto apêndice. Dos volumes independentes do começo da carreira aos livros póstumos, a obra da musa da poesia marginal – reunida pela primeira vez em volume único – ainda se abre, passados trinta anos de sua morte, a leituras sem fim. Storynhas Rita Lee Companhia das Letras Os fãs de Rita Lee conhecem ?)?????????????????????????)???????????????????????)???????????????????????????????????)I????????????????????????Q?????O????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????)??????????????????????????L??????)??????????+??1??????????????????????)????????M????????????????????????????)??????????????????I?????????????????)???????????????????????????M??????????)???????????????????????????????????)??????????????????????????????????????)??????????????????????????????????????????)M???????????????????????????????)???????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????)??????????????????????????????????????)????????????????????????????????????????(???????3????M???????)+???Y???) ????????????1???????)???????????????5?????)???????????????????????)??????????????????????)???9?????????????????????)+???Y?????????????????????????????????????Y???????????????????)?????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????)?????????????????????????????????)??????????????????????????????????????)??????????????????9???????????????)????????????????????????????????;??)????????????????????????????????)I?????????????????????????????????????????)??????????????????9????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????)??????????????????????????????????????)??????????+???Y?????????????????????????????????????????????????????????????)?????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????S????)???????????????????????????????9???????????1????%?????????)??????()=UQU I