acompanhasse o progresso da ciência.
Em livros como “Paris no Século XX”,
predomina uma visão menos otimista
sobre o futuro. Nesse livro, modernos sistemas de transporte e de informação,
usados numa época em que as armas
foram substituídas por acordos comerciais e diplomáticos (numa previsão
sobre a globalização do mundo de hoje),
dificultaram o triunfo da cultura e das
relações humanas na Europa dos anos
1960. Essa linha de criação mais sombria
seria utilizada, anos mais tarde, por autores como George Orwell, em seu clássico
1984, e por cineastas, como Ridley Scott,
no filme “Blade Runner”.
O mérito de Julio Verne não reside na
sua capacidade inventiva, mas sim na habilidade de transmitir idéias fantásticas
sem abrir mão do rigor e do detalhamento cientifico. “Sempre tentei tornar meus
romances, por mais delirantes que fossem, tão realistas quanto possível”, dizia.
De um estilo límpido, marca dos
grandes romancistas franceses daquele
período, e tendo como dom retratar a
ciência como um bem ao alcance de
todos, Verne cruzou o século XX inspirando gerações. Grandes homens da modernidade, como Santos Dumont – para ficar
num exemplo caseiro – foram admiradores de sua obra.
Numa época em que viagens ao
espaço tornaram-se comuns e uma volta
ao mundo pode ser completada em 67
horas, as influências das “Viagens
Extraordinárias” de Julio Verne ainda
podem ser sentidas. Prova disso é o
Festival Utopiales, um dos principais
eventos europeus de ficção cientifica,
realizado anualmente no Museu Jules
Verne, localizado em Nantes, sua cidade
natal. Raymond Roussel, um escritor de
sua época, profetizou: “Verne continuará
a existir, quando todos os outros autores
de nossa época já estiverem esquecidos
há muito tempo”.
DICAS
LIVROS
O Tempo e o Vento – O
Continente
Erico Verissimo
Companhia das Letras
O Continente abre a mais
famosa saga da literatura brasileira, O Tempo e o Vento. A
trilogia – formada por O
Continente, O Retrato e O Arquipélago – percorre um século e meio da história do Rio
Grande do Sul e do Brasil, acompanhando a
formação da família Terra Cambará. Num constante ir e vir entre o passado – as Missões, a
fundação do povoado de Santa Fé – e o tempo
do Sobrado sitiado pelas forças federalistas, em
1895, desfilam personagens fascinantes, eternamente vivos na imaginação dos leitores de
Erico Verissimo: o enigmático Pedro Missioneiro, a corajosa Ana Terra, o intrépido e sedutor Capitão Rodrigo, a tenaz Bibiana.
Poética
Ana Cristina Cesar
Companhia das Letras
Ana Cristina Cesar deixou em
sua breve passagem pela literatura brasileira do século XX
uma marca indelével. Tornouse um dos mais importantes
representantes da poesia marginal que florescia na década de 1970, justamente pela singularidade que a distanciava das
“leis do grupo”. Criou uma dicção muito própria, que conjugava a prosa e a poesia, o pop e
a alta literatura, o íntimo e o universal, o masculino e o feminino – pois a mulher moderna e
liberta, capaz de falar abertamente de seu
corpo e de sua sexualidade, derramava-se
numa delicadeza que podia conflitar, na visão
dos desavisados, com o feminismo enérgico,
característico da época. Entre fragmentos de
diário, cartas fictícias, cadernos de viagem,
sumários arrojados, textos em prosa e poemas
líricos, Ana Cristina fascinava e seduzia seus
interlocutores, num permanente jogo de velar e
desvelar. Seus livros fora de catálogo há décadas estão agora novamente disponíveis, enriquecidos por uma seção de poemas inéditos,
um posfácio de Viviana Bosi e um farto apêndice. Dos volumes independentes do começo da
carreira aos livros póstumos, a obra da musa da
poesia marginal – reunida pela primeira vez em
volume único – ainda se abre, passados trinta
anos de sua morte, a leituras sem fim.
Storynhas
Rita Lee
Companhia das Letras
Os fãs de Rita Lee conhecem ?)?????????????????????????)???????????????????????)???????????????????????????????????)I????????????????????????Q?????O????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????)??????????????????????????L??????)??????????+??1??????????????????????)????????M????????????????????????????)??????????????????I?????????????????)???????????????????????????M??????????)???????????????????????????????????)??????????????????????????????????????)??????????????????????????????????????????)M???????????????????????????????)????????????????????????????????????????????????
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