Revista Outro Lado da História | Page 8

O Brasil já enfrentou diversas doenças no passado e muitas das vezes com acertos e outras com erros de quem lidera o país e consequentemente a saúde pública. Confira abaixo como alguns dos Presidentes agiram com as principais pandemias, epidemias e surtos que vivemos.

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Febre Amarela e Varíola

A primeira epidemia que enfrentamos como República foi a Febre Amarela. Na verdade o problema já existia desde que o Brasil era Colônia, com relatos de casos no final do século XVII, mas que retornava com força no começo na virada do século XIX para o XX. O vírus da doença era transmitido pelo o Aedes Aegypti, o mesmo vetor da dengue.

E o primeiro governo a tomar medidas efetivas contra a doença foi o de Rodrigues Alves. Ele já havia tido febre amarela e inclusive perdeu uma das filhas pelo mesmo motivo. Ele então nomeia Osvaldo Cruz para ser Diretor-Geral de Saúde Pública. Que é uma função que pode ser considerada semelhante a de um Ministro da Saúde hoje, só que na época não existia a força de um Ministério, nem uma autonomia como em tese deveria ter atualmente.

Oswaldo Cruz assume com a missão de acabar com um mal que já havia matado mais de 60 mil pessoas, sendo que 1000 somente em 1902 na cidade do Rio de Janeiro, até então capital federal. O sanitarista, que também ficou conhecido pela campanha de vacinação obrigatória contra a varíola e que foi responsável para erradicar a doença, então cria uma forte campanha de combate aos mosquitos. Além de equipes conhecidas como mata-mosquitos que percorriam diariamente ruas e casas, existia também multas para donos de imóveis que estivessem em condições insalubres. Para conscientizar a população também foram distribuídos diversos folhetos educativos.

A epidemia foi perdendo força, mas ressurge na década de 20. Desta vez, quem vai ser fundamental no combate a Febre Amarela é a Fundação Rockefeller. Ela pertencia a John Rockefeller, que chegou a ser o homem mais rico do mundo, revolucionando o setor do petróleo e que usou parte da fortuna com filantropia, principalmente em medicina, educação e pesquisas científicas, através da sua Fundação. E em 1923, o Governo Federal, que tinha como Presidente Artur Bernades faz um convênio com esta fundação, para cooperação em programas de erradicação de endemias, como a febre amarela e a malária.

Foi graças a isso, que seria construído um laboratório na Fiocruz para fabricar a vacina para febre amarela, podendo finalmente controlar o número de casos, que seguem até os dias de hoje devido ao fato de nem todas as pessoas serem vacinadas.