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ENTREVISTA
GOUVEIA | REVISTA MUNICIPAL
vieram fazer um espetáculo de variedades, de revista. Eram espetáculos que atraíam Tem, tem! Esse espetáculo de fogo preso vai ser à segunda-feira em Gouveia, é
muita gente, veio cá o Duo Ouro Negro, o Tony de Matos veio cá muita vez… um dia em que não há nada. Falei então com o Sr. Professor Pires Neves que era o
Senhor Presidente da Câmara e ele concordou. Veio então o pirotécnico lançar esse
FC
Mas o último que eu me lembro foi o Paco Bandeira, que saiu daqui muito satisfeito fogo preso na segunda-feira, primeiro o fogo normal mas um fogo muito melhorado
em relação ao palanque na cerca, disse que já tinha corrido o país e que nunca tinha e sofisticado e depois para terminar havia o fogo cruzado que vinha do Senhor do
encontrado um local tão apropriado para espectáculo. Calvário, da sede da Junta de Freguesia e do parque infantil, uma coisa extraordiná-
ria, a partir daí começou a vir muita gente.
ES
Os festivais na Cerca começaram em 1977/78, mas eu nunca concordei que fossem
lá, porque as pessoas vinham todas e concentravam-se ali, lá em baixo não havia
ninguém, ninguém… ao ponto de feirantes de Barcelos, que traziam as louças,
se queixarem.
RM
PARA O SENHOR CARDOSO QUAL É O GRUPO QUE FICOU NA SUA MEMÓRIA, PARA
ALÉM DOS JÁ MENCIONADOS?
FC
Eu estive mais ligado ao folclore, foram 20 e tal anos… sou praticamente da fundação
do grupo que entretanto tinha um nome diferente e depois passou a ser o Folclore
de Gouveia.
FA
Chegámos a ter aqui a Amália Rodrigues em Gouveia... a Lenita Gentil, Tristão da
Silva em 1974, Rosita Afonso, Tino Costa no pavilhão polivalente.
RM E O PAVILHÃO POLIVALENTE A QUE SE REFERE ERA ONDE? FA Tenho a ideia que era no antigo ringue, também se fizeram lá festivais. ES Onde estavam as escolas primárias. Eu quero referir uma coisa, a segunda-feira RM MAS DURANTE MUITOS ANOS ERA UMA ATRAÇÃO PARA AS PESSOAS VIREM ÀS FESTAS…
era um dia apagado, não havia nada, era o fim das festas, era só gente de ES Começou a vir tanta gente, até havia mais gente às segundas-feiras do que aos
Gouveia e poucos. E acontece que em 1972, eu era membro do Rancho Folcló-
outros dias.
rico de Gouveia na parte diretiva e fomos à Coriscada, freguesia do concelho
da Mêda, o Rancho foi lá atuar e eu fui com eles. Alguém entretanto veio ter
FA
comigo, “Sr. Eduardo está ali o senhor fogueteiro que costuma ir a Gouveia,
E também à segunda-feira havia o cortejo etnográfico, com representação de todas
as freguesias do concelho.
o Sr. Libório, quer falar consigo”. O senhor veio ter comigo, porque normal-
mente quando o grupo atuava queria-se vir embora e não assistia às Festas RM E COMO É QUE ERA ESSE CORTEJO?
e aquelas festas da Coriscada era organizada pelos emigrantes, uma coisa em FA Isso arrastava muita gente, porque de cada freguesia vinham apoiar a sua represen-
grande, o pirotécnico disse-me então: “o senhor vai ver a sessão de fogo de tação. Cada freguesia trazia um carro alegórico, por exemplo de Vila Nova traziam
artificio, fique até ao fim”, e ficámos. Havia o fogo do ar, que era igual ao que barris de vinho, de Nespereira eram os homens do pipo…
aqui lançávamos.
RM
FA
Havia duas sessões de fogo.
O FOGO VEIO ENRIQUECER AS SEGUNDAS-FEIRAS DAS FESTAS.
FA
ES Nós lançávamos o fogo ao sábado e ao domingo.
FA Ao sábado havia duas sessões de fogo à noite.
ES
ENTÃO, PARA ALÉM DESSE DESFILE COM AS COLETIVIDADES DAS FREGUESIAS, TAMBÉM
Sim, o fogo preso. Quanto às bandas nós primávamos por atrair aqui as melhores
bandas do país, a de Tomar, a de Vale de Cambra…
RM ESTÁ A FALAR DE BANDAS FILARMÓNICAS?
FA Bandas Filarmónicas. Escolhíamos sempre as melhores. Porque a gente de Gouveia gosta
Era uma à meia noite e outra à uma hora. De modo que assisti ao fogo e era pre- muito de bandas e em Gouveia chegaram a existir duas bandas de música e participavam
cisamente igual ao de Gouveia, uma categoria. E diz ele “falta a última parte”, ele nas festas, isso ajudava muito. Tínhamos aqui duas bandas disponíveis que ajudavam
apresentou-me um fogo, um fogo preso uma coisa nunca vista, extraordinária… e muito na receção aos grupos e individualidades, isso enriquecia as festas. Havia um cor-
diz ele assim para mim: “têm possibilidades de levar isto a Gouveia?” e eu respondi: tejo da Fábrica Rainha até à Câmara com duas bandas e outras entidades incorporadas.