Revista Municipal_v2 Municipio de Gouveia_Revista N29_LowRes | Page 23

23 ENTREVISTA GOUVEIA | REVISTA MUNICIPAL vieram fazer um espetáculo de variedades, de revista. Eram espetáculos que atraíam Tem, tem! Esse espetáculo de fogo preso vai ser à segunda-feira em Gouveia, é muita gente, veio cá o Duo Ouro Negro, o Tony de Matos veio cá muita vez… um dia em que não há nada. Falei então com o Sr. Professor Pires Neves que era o Senhor Presidente da Câmara e ele concordou. Veio então o pirotécnico lançar esse FC Mas o último que eu me lembro foi o Paco Bandeira, que saiu daqui muito satisfeito fogo preso na segunda-feira, primeiro o fogo normal mas um fogo muito melhorado em relação ao palanque na cerca, disse que já tinha corrido o país e que nunca tinha e sofisticado e depois para terminar havia o fogo cruzado que vinha do Senhor do encontrado um local tão apropriado para espectáculo. Calvário, da sede da Junta de Freguesia e do parque infantil, uma coisa extraordiná- ria, a partir daí começou a vir muita gente. ES Os festivais na Cerca começaram em 1977/78, mas eu nunca concordei que fossem lá, porque as pessoas vinham todas e concentravam-se ali, lá em baixo não havia ninguém, ninguém… ao ponto de feirantes de Barcelos, que traziam as louças, se queixarem. RM PARA O SENHOR CARDOSO QUAL É O GRUPO QUE FICOU NA SUA MEMÓRIA, PARA ALÉM DOS JÁ MENCIONADOS? FC Eu estive mais ligado ao folclore, foram 20 e tal anos… sou praticamente da fundação do grupo que entretanto tinha um nome diferente e depois passou a ser o Folclore de Gouveia. FA Chegámos a ter aqui a Amália Rodrigues em Gouveia... a Lenita Gentil, Tristão da Silva em 1974, Rosita Afonso, Tino Costa no pavilhão polivalente. RM E O PAVILHÃO POLIVALENTE A QUE SE REFERE ERA ONDE? FA Tenho a ideia que era no antigo ringue, também se fizeram lá festivais. ES Onde estavam as escolas primárias. Eu quero referir uma coisa, a segunda-feira RM MAS DURANTE MUITOS ANOS ERA UMA ATRAÇÃO PARA AS PESSOAS VIREM ÀS FESTAS… era um dia apagado, não havia nada, era o fim das festas, era só gente de ES Começou a vir tanta gente, até havia mais gente às segundas-feiras do que aos Gouveia e poucos. E acontece que em 1972, eu era membro do Rancho Folcló- outros dias. rico de Gouveia na parte diretiva e fomos à Coriscada, freguesia do concelho da Mêda, o Rancho foi lá atuar e eu fui com eles. Alguém entretanto veio ter FA comigo, “Sr. Eduardo está ali o senhor fogueteiro que costuma ir a Gouveia, E também à segunda-feira havia o cortejo etnográfico, com representação de todas as freguesias do concelho. o Sr. Libório, quer falar consigo”. O senhor veio ter comigo, porque normal- mente quando o grupo atuava queria-se vir embora e não assistia às Festas RM E COMO É QUE ERA ESSE CORTEJO? e aquelas festas da Coriscada era organizada pelos emigrantes, uma coisa em FA Isso arrastava muita gente, porque de cada freguesia vinham apoiar a sua represen- grande, o pirotécnico disse-me então: “o senhor vai ver a sessão de fogo de tação. Cada freguesia trazia um carro alegórico, por exemplo de Vila Nova traziam artificio, fique até ao fim”, e ficámos. Havia o fogo do ar, que era igual ao que barris de vinho, de Nespereira eram os homens do pipo… aqui lançávamos. RM FA Havia duas sessões de fogo. O FOGO VEIO ENRIQUECER AS SEGUNDAS-FEIRAS DAS FESTAS. FA ES Nós lançávamos o fogo ao sábado e ao domingo. FA Ao sábado havia duas sessões de fogo à noite. ES ENTÃO, PARA ALÉM DESSE DESFILE COM AS COLETIVIDADES DAS FREGUESIAS, TAMBÉM Sim, o fogo preso. Quanto às bandas nós primávamos por atrair aqui as melhores bandas do país, a de Tomar, a de Vale de Cambra… RM ESTÁ A FALAR DE BANDAS FILARMÓNICAS? FA Bandas Filarmónicas. Escolhíamos sempre as melhores. Porque a gente de Gouveia gosta Era uma à meia noite e outra à uma hora. De modo que assisti ao fogo e era pre- muito de bandas e em Gouveia chegaram a existir duas bandas de música e participavam cisamente igual ao de Gouveia, uma categoria. E diz ele “falta a última parte”, ele nas festas, isso ajudava muito. Tínhamos aqui duas bandas disponíveis que ajudavam apresentou-me um fogo, um fogo preso uma coisa nunca vista, extraordinária… e muito na receção aos grupos e individualidades, isso enriquecia as festas. Havia um cor- diz ele assim para mim: “têm possibilidades de levar isto a Gouveia?” e eu respondi: tejo da Fábrica Rainha até à Câmara com duas bandas e outras entidades incorporadas.