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CULTURA
75 ANOS AO
SERVIÇO DA
CULTURA
GOUVEIA | REVISTA MUNICIPAL
GODOT “LULLABY”
MÚSICA ELECTROACÚSTICA
O Teatro Cine foi inaugurado em 13 de Novembro de 1942. De grande imponência
para a época, era constituído pelas diversas secções. A “Cabine Cinematográfica”,
que ficava completamente isolada, tinha a moderna aparelhagem, marca “Zeiss
Ikon”. Junto à cabine dos dois lados, ficavam os lugares da Geral, para 120 pessoas.
Seguiam-se os balcões com 200 lugares e depois os 11 camarotes. A plateia tinha
230 cadeiras e 198 poltronas. Depois, havia o lugar para a orquestra e o grande
palco com 9 camarins. Os corredores eram amplos, tendo cada secção de bilhetes o
seu “Foyer” em separado. A luz, estudada com competência, era indirecta e difusa.
As cadeiras e “fauteuils” eram ricamente forradas a cor-de-rosa, o que dava um
elegantíssimo aspecto ao salão. Não faltou o aquecimento central e o serviço con-
tra incêndios. A pintura interior era toda em rosa vermelho, e as passadeiras, em
vermelho rubro…”. in “Gouveia (Serra da Estrela)” de José Guerrinha Em junho recebemos o concerto de Benjamim que nos apresentou o seu disco
“1986”, editado no final de 2017, fruto de uma parceria do músico com o britânico
Barnaby Keen. “Dança com os Tubarões” e “Terra Firme” foram dois dos temas que
constituíram o alinhamento apresentado no concerto, que têm merecido grande
destaque nas rádios nacionais.
75 Anos passaram desde a abertura da Casa da Cultura local. Desde o dia 13 de
Novembro de 1942 até aos dias de hoje, o Teatro Cine de Gouveia sofreu muitas
transformações físicas e na dinâmica de programação continuando, como na sua
abertura, como um espaço de referência da atividade cultural do concelho e tem
ganho notoriedade, pela sua programação, no panorama nacional. Cresceu em
rede, com entidades e estruturas locais e com projetos em rede nacionais. A pro-
gramação construi-se e reinventou-se com outros municípios, com novas parcerias
e com financiamentos no âmbito de programas nacionais. Neste último trimestre de 2018, ainda no decorrer das comemorações dos 75 anos
do Teatro Cine, o mesmo foi palco de vários concertos, nomeadamente o Festival
Dias de Música Electroacústica, “Ver e ouvir” João Pedro Oliveira que se realizou no
dia 13 de outubro, onde se destacou a presença da pianista Ana Cláudia Assis, que
estreou uma obra do compositor João Pedro Oliveira.
Em janeiro recebemos o Cantar das Janeiras; realizou-se um Concerto Solidário pela
Escola de Música da Póvoa de Varzim, que se associou à campanha de angariação
de bens, para as vítimas dos incêndios de outubro de 2017 e celebrámos a vida
com a “Festa da Luz”, com o projeto Eu Sou Dança.
Em março celebrámos o amor através da música com o espetáculo Eu & Ele da
Carolina Deslandes e Diogo Clemente, onde a voz dela e a guitarra dele se jun-
taram para uma noite cheia de cumplicidade, onde não faltaram as canções que
compõem a banda sonora deste romance e os sucessos de Carolina Deslandes,
inspirados na relação que começou a dois, mas que acabou por se transformar na
maior aventura de todas - a de criar uma família.
Abril acrescentou à programação a Palavra, através do projeto “Diogo Piçarra em
Pessoa”, da autoria do músico Diogo Piçarra, com a apresentação de um livro de
poesia de Fernando Pessoa e de Diogo Piçarra, poemas musicados e uma peça de
Teatro e do Sarau Literário do Instituto de Gouveia.
No mês de julho, o Teatro Cine recebeu o espetáculo Godot “Lullaby”, um espetá-
culo dinâmico com a participação direta do público, marcado por uma performan-
ce cómica e provocadora, que permite um jogo de improvisação entre o palhaço
transgressor e o público. Partiu-se, nesta aventura, à procura do sorriso, da cumpli-
cidade e da emoção, embarcando num ambiente poético, alimentado pela música
em direto, rumo a um novo mundo de jogos.
Nesse mesmo fim-de-semana, no dia 14 de outubro, o Teatro Cine recebeu o con-
certo do Quarteto de Cordas da Orquestra Sinfónica de Gouveia, que apresentou um
concerto de contrastes entre a música europeia e a música sul americana ao longo
dos séculos XIX e XX.