Revista Municipal | Dezembro 2018 | #28 | Page 21

21 ENTREVISTA GOUVEIA | REVISTA MUNICIPAL LEONEL DE JESUS DUARTE & FILHO, LDA. RM REVISTA MUNICIPAL | CONTE-NOS UM BOCADINHO DA “ESTÓRIA” LEONEL DE JESUS & RM PD PAULO JORGE NOUTEL DUARTE | A Leonel de Jesus & Filho, Lda. começou apenas NO INÍCIO DA EMPRESA, SE PERCEBI BEM, ERA SÓ O SEU PAI A TRABALHAR. NESTE MOMENTO QUANTOS FUNCIONÁRIOS TRABALHAM CONSIGO? FILHO, LDA., COMO É QUE TUDO COMEÇOU? PD com o meu pai, Leonel Jesus, há mais de 35 anos. Hoje, felizmente, estamos a empregar 11 funcionários. O que já é bastante signifi- cativo em função da forma como começamos. O meu pai trabalhava na casa de ferragens do Sr. Eduardo dos Santos, onde é hoje a residencial Monteneve. Fruto do espírito empreendedor que sempre RM teve, ainda nessa altura, começou a sentir a necessidade de ter o próprio negó- cio. Por esse motivo, começou a vender, por conta própria, rações, aglomerados NESTE MOMENTO, O NEGÓCIO DIRECIONOU-SE COMPLETAMENTE PARA A VENDA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, CERTO? PD Não só. Para além dos materiais de construção lançamo-nos no ramo do transporte e adubos. de materiais. Aos poucos, essa atividade começou a crescer e acabou por se estabelecer e comer- Essa parte do negócio começou em 1999, quando adquirimos um camião em se- cializar, também, materiais de construção. Estabeleceu-se junto do antigo hospital, gunda mão para ajudar a fazer a distribuição dos nossos materiais. Em 2001, como onde é hoje a clínica da Associação de Beneficência Popular (ABPG), por baixo da esse camião já tinha feito muitos quilómetros, em pouco tempo, tivemos de com- casa onde vivíamos. Ao início tinha um pequeno “stock” de materiais, porque as prar um camião novo. instalações eram muito pequenas e não davam para mais. Começou com pouca Passado um ano, ou dois, começámos a ver no negócio dos transportes uma opor- coisa, mas aos poucos foi crescendo e evoluindo. tunidade e constituímos uma firma de transportes. Depois acabou por abrir outra casa comercial próxima dessa, com instalações com Com o crescimento dos materiais de construção e o nascimento deste novo negócio, maior dimensão e melhores condições. Conseguimos um armazém emprestado tivemos de constituir uma sociedade. Por um lado, a dimensão da empresa de ma- para guardar material de grande volume, sobretudo materiais de construção. teriais de construção já justificava a constituição de uma sociedade. Por outro, fazia sentido que a empresa mãe fosse proprietária dessa nova empresa. Foi assim que RM COMO É QUE CRESCERAM AO PONTO DE SE TORNAREM NAQUILO QUE REPRESENTAM HOJE? nasceu a Leonel Jesus Duarte & Filho, que fundei com o meu pai. PD Há cerca de 18 anos, quando deixei de estudar, comecei a ajudar o meu pai na Depois de comprar um camião, passados dois anos, compramos outro. Neste mo- empresa, até ir para a tropa. Depois da tropa, regressei a Gouveia e comecei a mento temos cinco camiões. O último compramos no ano passado. trabalhar com o meu pai. Transportamos materiais para distribuir por outras empresas - todo o tipo de materiais, Nessa altura, na empresa, trabalhávamos eu, ele, a minha mãe e um sobrinho que para todo o tipo de empresas. Trabalhamos, regularmente, com os mesmos grupos ainda hoje trabalha connosco. Esse sobrinho trabalhava na fábrica textil “Lopes da empresariais e fazemos, quase sempre, as mesmas rotas. Nós próprios, acabámos por Costa” durante a noite e de manhã vinha ajudar-nos. precisar desse serviço de distribuição para a nossa empresa de materiais de construção. Fomos começando a trabalhar assim, até conseguirmos fazer este armazém aqui em baixo, na Zona Industrial de Gouveia. Nessa altura não tinha, nem de perto, RM as condições que tem hoje. Ainda assim, permitiu-nos mudar para aqui os ma- teriais que tínhamos armazenados em várias garagens, arrendadas ou empres- NESTE MOMENTO A EMPRESA DE TRANSPORTES TRABALHA A NÍVEL NACIONAL OU JÁ SE LANÇOU NOUTROS MERCADOS? PD Por enquanto sim, trabalhamos só para o mercado nacional. RM AMBAS AS EMPRESAS ESTÃO SEDIADAS EM GOUVEIA. ISSO DEVE-SE A QUÊ, ÀS LIGA- tadas por familiares e amigos. O que nos poupou ao facto de termos de andar de armazém em armazém, a recolher os materiais para conseguir fornecer os nossos clientes. Foi então que viemos para aqui, embora tenhamos continuado com as instalações ÇÕES FAMILIARES? O SEU PAI ERA NATURAL DE CÁ? PD Sim, mas também era aqui que ele conhecia as pessoas que se foram tornando nos que tínhamos junto ao Hospital. nossos clientes. Para além disso, Gouveia precisava de uma casa comercial deste Entretanto, casei-me e, passados dois ou três anos, a minha mulher também veio tipo e sempre preferimos estabelecer-nos aqui, porque é aqui que queríamos traba- trabalhar connosco. A minha mãe e a minha mulher ficaram lá em cima (na loja jun- lhar e viver. Não fazia sentido sairmos daqui para outro lado, tendo condições para to ao antigo Hospital). Aqui em baixo fiquei eu, o meu pai e um funcionário. Pouco trabalhar aqui. mais tarde contratamos outro funcionário para estas instalações porque, felizmente, o negócio foi crescendo e o mercado começou a ser mais exigente e só a família não RM conseguia dar vazão às necessidades dos nossos clientes. Decidimos, por isso, fazer obras aqui. Ampliamos o armazém, criamos estrutura para EM RELAÇÃO A ESTE ÚLTIMO NEGÓCIO DE TRANSPORTES QUE INICIOU, VIU ALGUMA VAN- TAGEM EM SE FIXAR EM GOUVEIA OU DECORREU DO FACTO DE JÁ SE ENCONTRAR AQUI? PD O facto de estar em Gouveia não interfere em nada com o serviço, porque, apesar de responder aos pedidos e melhoramos as condições para receber os nossos clientes estarmos sediados em Gouveia, os camiões estão sempre em trânsito pelo país. No Fechamos a loja antiga por entendermos que não se justificava ter duas portas entanto, como estamos a trabalhar com a Soane e com a Lusofinsa, tenho um par- abertas, sobretudo, porque o mercado em Gouveia mudou, e os clientes passaram que em Mangualde onde estaciono os camiões. Não, não faz sentido os carros des- a querer parar o carro junto à loja para carregar os materiais e isso era impossível carregarem lá no final do dia, virem para Gouveia e regressarem a Mangualde no lá em cima. dia seguinte. Trata-se apenas de uma questão de logística e de controlo de custos.