Revista Mundo Eco Setembro / Outubro 2013 | Page 9

mas ações sustentáveis, mas não estava interligada e nem tinha um gerenciamento. Com o prêmio, estas empresas tiveram que cumprir os pré-requisitos e acompanhá-los, com o auxílio de uma assessoria e uma consultoria contratada para isso. Consideramos que pelo menos 20 empresas estão com um plano completo, com todos os pilares da sustentabilidade, e não simplesmente uma ação ou outra vaga. O prêmio também resultou no lançamento do Guia Diretrizes de Sustentabilidade, produzido pelo Senac, e despertou o interesse de operadores que não quiseram participar da primeira edição. Recentemente, a Braztoa lançou a segunda edição do Prêmio Braztoa de Sustentabilidade. Quais são as novidades para este ano? A.L. ? Nesta segunda edição do prêmio houve a ampliação da cartela de possibilidades de inscritos. Os operadores, os destinos, os órgãos não governamentais, os meios de hospedagem, as companhias aéreas, todo o mundo da cadeia do turismo pode participar. A Braztoa também tem, para este an o, um projeto de certificação em sustentabilidade para os nossos associados, em parceria com a Travelife. Quais são os grandes problemas que o turista que busca empreendimentos e práticas sustentáveis encontra na hora de viajar? A.L. ? Eu acho que não encontrar informações seria exagero, pois a pessoa que procura acha hotéis ecossustentáveis na internet. Mas, se o consumidor for até uma agência, por exemplo, ele terá dificuldades, pois os atendentes não estão capacitados para responder este tipo de questão. Por este motivo, acredito que o caminho é realmente difundir a ideia da sustentabilidade para operadores e agentes de viagem, para que estejam preparados e comecem a apoiar este tipo de fornecedor sustentável. A Braztoa, como uma associação, está antecipando isso para que os operadores estejam preparados e adiantados na hora em que o públi- co começar a ter este tipo de preocupação na hora de escolher um pacote de viagem. Como você enxerga o futuro do turismo sustentável no país? Para onde estamos caminhando? A.L. ? Eu tenho certeza que existem operadoras sustentáveis, mas não utilizam isso como divulgação. Desde o começo do prêmio, sentimos isso nas próprias operadoras, por exemplo, quando escreviam o que elas faziam. Havia várias ações sustentáveis que não eram levadas em consideração. Eu acredito que, hoje, a hotelaria está mais preparada do que as operadoras, até porque tem muita cadeia internacional que já vem com a filosofia dos grupos empresariais, o que as operadoras não têm. Além disso, os meios de hospedagem são mais visíveis para o cliente final, pois a primeira coisa que ele pensa é no hotel. O consumidor não consegue enxergar como uma operadora pode ser sustentável, mas a Braztoa vê nos operadores grandes aliados na divulgação da sustentabilidade. As demandas relacionadas ao tema Sustentabilidade são crescentes em diversos setores. No turismo, você saberia pontuar o quanto a procura por atividades e empreendimentos sustentáveis tem crescido? A.L. ? A procura pelos destinos sustentáveis ainda é muita fraca no Brasil. O assunto é bem complexo, muito novo, mas eu acredito que há uma tendência e todo o mundo que está na cadeia do turismo se preocupa com isso. Empresários, operadoras, órgãos governamentais, entre outros, têm papéis essenciais neste processo e a gente acredita que a coisa vai evoluir. No Brasil, existe uma procura maior por natureza, por ecoturismo, mas não tem nada a ver com sustentabilidade em si. As pessoas só querem fugir das cidades grandes para descansar. A sustentabilidade ainda não é um fator determinante na escolha. Na Europa já existe uma porcentagem determinante, pessoas que pagam mais por isso sem problemas. REVISTA MUNDO ECO | SETEMBRO / OUTUBRO 2013 9