Quando o assunto são as dificuldades em fazer cinema no Brasil, Cassio afirma. "São tantas, que eu fico até confuso pra responder." Afinal, ele já é uma autoridade no assunto.
Além de criticar a maioria dos cursos de cinema, o produtor cita que as grandes produtoras e emissoras de TV ditam regras, os equipamentos são caros, os editais difíceis de consquistar e a falta de apoio do estado e de empresas privadas fazem falta.
"As redes de salas de cinema também pouco se interessam em exibir filmes nacionais. Ainda existe muito preconceito com o nosso cinema. Como vamos competir com os filmes de Hoollywood? Sem falar sobre os valores absurdos dos ingressos".
É nesse cenário que o Ministério da Cultura anunciou, no dia 12 de março, mudanças em editais financiados pelo fundo setorial do audiovisual (FSA). Com o objetivo de fornecer maleabilidade, desburocratização e aumento no financiamento à produtores, o ministério trabalhará com um valor estimado em 400 milhões de reais.
Se vai se concretizar ou não, é outra história. Mas conhecer as leis e iniciativas audiovisuais é importante para os produtores reivindicarem seus direitos. E nós como consumidores.
“O que me conforta são aqueles que fogem a regra e mesmo com todos os pesares se destacam”, alivía o videomaker que termina a entrevista como começou: entusiasmado.
"As instituições de ensino são em grande maioria elitizadas e formam críticos de cinema e não cineastas".