Hoje existem 230 mutuns em cativeiro, graças ao trabalho de preservação de Nardelli e outros estu-
PRESERVAÇÃO
diosos como Fernando Pinto, que foi quem teve a ideia de trazer o pássaro de volta e tem cuidado de
todos os detalhes aqui em Alagoas, e Roberto Azeredo, que toma conta da maior parte das aves no
orno do alagoano
O ret que
foi salvo
estado de Minas Gerais. Inclusive, foi Roberto quem ajudou a “mãe” a encontrar seu “filho” perdido, ao
doar o primeiro casal da espécie que voltou a Alagoas no dia 19 de setembro.
da extinção
As aves foram acomodadas em um viveiro especialmente construído para elas pelo Instituto para
Preservação da Mata Atlântica (IPMA), no município de Rio Largo, e já conseguiram se adaptar. Mas
o público só deve poder conhecer os mutuns em dezembro ou janeiro, isso porque os cuidadores ainda
estão organizando como vão funcionar as visitas de maneira que não seja prejudicial aos animais.
Conheça o Mutum-de-Alagoas, uma das aves mais raras do
planeta, e que voltou a morar em sua terra depois de 30 anos!
O objetivo dos ambientalistas é que outros três casais da espécie voltem às terras alagoanas e sejam
colocados na natureza ainda no primeiro semestre do ano que vem.
Como você deve ter percebido, não foi nada fácil
trazer os mutuns de volta para Alagoas. Toda
essa jornada envolveu muito esforço de uma
grande equipe, que também está trabalhando
para construir um plano de ação que garanta a
continuidade da espécie em um ambiente seguro,
ou seja, evitando que ela seja extinta novamente.
nova ganha presentes em comemoração ao seu
dia. Então imagine que uma mãe, que não via
um dos filhos há muitos anos, ganha de presente
de aniversário o retorno do filho para casa. Um
presentão, não é mesmo? Foi o que aconteceu
com Alagoas em 2017, quando comemora 200
anos. Nossa terra ganhou de volta um filho muito
especial: o Mutum-de-Alagoas, uma das aves
mais raras do planeta, e que estava extinta da
Como o “sobrenome” já diz, o pássaro de penas
negras é originário do nosso estado, mais es-
pecificamente das áreas de Mata Atlântica do
Litoral Sul. A espécie começou a desaparecer na
década de 1980 por causa da caça sem controle
e do desmatamento do seu ambiente natural para
dar lugar à plantações de cana-de-açúcar.
Foi quando o criador de aves Pedro Nardelli percebeu o que estava acontecendo e conseguiu capturar
três dos últimos indivíduos que estavam na natureza com a intenção de preservar a espécie. As aves
foram levadas para um criatório no Rio de Janeiro onde conseguiram se reproduzir, tudo com autor-
ização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
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Projeto
natureza há pelo menos 30 anos.
O primeiro passo antes de colocar os mutuns de
volta nas áreas de Mata Atlântica é garantir que
não existam mais caçadores no local. Isso será
possível por causa do trabalho de fiscalização que
é feito pelo Batalhão de Polícia Ambiental. Out-
ra etapa importante é conscientizar as pessoas
para a preservação da natureza. É o que explica
o presidente do IPMA, Fernando Pinto, que tem
tomado conta dos mutuns em Alagoas.
Ficha técnica do Mutum-de-Alagoas
Conhecer para preservar
geralmente, a pessoa que completa idade
Nome científico: Pauxi mitu
Peso e altura: Mede cerca de 83 c