REVISTA MIRADAS INTERNACIONAL BRASIL EDICIÓN #05 | Page 57

Burocracias impedem o crescimento do

turismo brasileiro

Numa projeção que aponta para a automatização da indústria tradicional e para um enorme crescimento do mundo dos serviços, o potencial econômico e social do Turismo em nossa terra não tem limites. Mas, para isso, o Brasil precisa mudar a sua mentalidade.

A indústria do Turismo, excetuando a indústria bélica, é a mais importante do mundo, envolvendo mais de 50 setores da economia.

A corrida mundial por ocupar um maior espaço neste mercado faz com que os países se preparem, flexibilizem suas leis, destravem suas burocracias para permitir os investimentos e, sobretudo, garantam estabilidade jurídica.

Infelizmente, o Brasil ainda caminha – a passos curtos – quando poderia correr – a plenos pulmões – no campo do Turismo. O país ocupa uma posição desprivilegiada quando se refere a lugares pouco atrativos para a criação de negócios nesse setor. Entre as várias razões, podemos citar:

1. Pouco investimento na marca Brasil pelo mundo afora, assim como a falta de um enérgico marketing publicitário nacional e internacional.

2. Um pensamento protecionista que enxerga o Turismo como uma ameaça para o meio ambiente e não como um aliado na conservação e no cuidado com a terra.

3. Carga tributária: o investimento em insumos e em equipamentos para criar um espaço turístico é taxado como bens de consumo em vez de bens de capital. Pagam-se mais impostos no Brasil do que em outros países.

4. Burocracia jurídica, em particular na aprovação demorada de importantes projetos turísticos, o que desestimula o interesse do investidor.

Uma das consequências das razões apresentadas acima é que o déficit comercial do Turismo do Brasil foi de 19 bilhões de reais gastados por brasileiros fora do país contra 6 bilhões de reais gastados por estrangeiros visitando o país, antes da pandemia.

Diante da situação extrema na qual vive o mundo hoje, o Turismo, pós-pandemia, deve se projetar como uma das mais fortes respostas à falta de emprego deste tempo, sobretudo no Brasil. Para tanto, será necessário expandir todas as potencialidades turísticas e desburocratizar os entraves políticos.

Vamos juntos construir a nossa “praia amada, Brasil”.

TURISMO

César Pelentaro Valdés