REVISTA MIRADAS INTERNACIONAL BRASIL EDICIÓN #05 | Page 26

Quais são as suas maiores referências no campo da fotografia? Que equipamentos você gosta de utilizar para fazer as suas fotos?

São muitas, não só na fotografia, mas nas artes em geral, pintura, escultura, cinema etc. Ansel Adams, Cartier-Bresson, Yousuf Karsh, Robert Capa, Elliott Erwitt, Dorothea Lange, Diane Arbus, Vivian Maier, Pierre Verger, Ernst Haas, Helmut Newton, Irving Penn, Martín Chambi, German Lorca, Evandro Teixeira, Bob Wolfenson, Chico Albuquerque, Boris Kossoy, Marc Ferrez, Sebastião Salgado, Miro, Klaus Mitteldorf, Cássio Vasconcellos, Sérgio Jorge, Walter Firmo, Nair Benedicto, só para citar alguns. Apesar de o celular ser muito prático e estar sempre pronto, uso uma DSLR Nikon e várias lentes, o que, na minha opinião, é a grande vantagem em relação ao celular: poder escolher a lente adequada ao tipo de imagem que se pretende.

Você, além de um grande fotógrafo, é um homem muito ligado à família. Fale um pouco sobre a importância da família na forma como você encara a vida.

A família sempre será a base de tudo, desde os princípios que formam seus valores até o apoio em todos os momentos da sua vida. E quando tudo isso tem de ser perpetuado em relação aos filhos, entendemos muito do que fizeram nossos pais.

Em tempos de redes sociais – e o acesso das pessoas às câmeras tecnológicas dos celulares – todo mundo, de uma certa forma, se tornou fotógrafo. Como identificar, nessa profusão de imagens, um bom fotógrafo?

Realmente, estamos numa época sem igual de divulgação e banalização da imagem. Por um lado, temos a possibilidade de um registro do cotidiano por todos, e isso é positivo, mas uma boa fotografia sempre será resultado de muita dedicação, estudo, prática e um apuro do olhar, que acaba sendo resultado da própria vivência de cada fotógrafo e sua cultura. Um bom fotógrafo, muitas vezes, nem tem tantos seguidores nas redes sociais; sempre devemos estar atentos aos sinais de interesse pela imagem ou pela fama na rede, pois seguir moda é mais fácil do que seguir o coração!

Qual a sua opinião sobre selfie? As lentes, quase sempre, estão voltadas para o próprio fotógrafo. É, na sua opinião, narcisismo ou sinal dos novos tempos?

A selfie foi uma evolução natural do autorretrato, que sempre existiu. Na pintura, temos inúmeros casos, assim como na fotografia analógica. Pela facilidade do meio digital, isso foi disseminado, às vezes de forma exagerada, causando problemas sociais, perigos reais ou só aprisionando a pessoa em uma obrigação de sempre criar uma falsa imagem da vida.