REVISTA MIRADAS INTERNACIONAL BRASIL EDICIÓN #05 | Page 13

ENTREVISTA

Você fez três ensaios icônicos para a revista Playboy – maio de 1993, julho de 2001 e fevereiro de 2008. Esses ensaios tiveram como gancho à abertura da novela “Mulheres de areia”, à personagem Socorrinho da novela “Porto dos milagres” e, por fim, à personagem Amália da novela “Caminhos do coração”. Em qual dos ensaios a Mônica Carvalho está mais despida de personagens? Em qual deles você se mostra mais inteira?

Foram ensaios que tiveram relação com as minhas personagens. Eu estava em evidência e a revista fazia o convite. Foram ensaios lindos numa época que a maioria das atrizes posava, e sempre com muito bom gosto. A Playboy tinha esse cuidado em deixar as mulheres lindas, sensuais e bem longe da vulgaridade.

Esta edição da revista Miradas Brasil faz uma homenagem ao carnaval brasileiro em um ano em que as festividades serão adiadas. É um tempo de reflexão sobre as identidades culturais do nosso país e, também, tempo de autorreflexão. Você sempre esteve ligada à alegria dessa festa popular. Qual a importância do carnaval na sua carreira?

Realmente, lamentável o que estamos passando com essa pandemia. O Rio de Janeiro vai deixar de faturar milhões, afinal o turismo que o carnaval traz é fundamental para a economia do Rio e do Brasil como um todo. Culturalmente falando, deixa uma tristeza, um buraco naqueles que vivem do carnaval e dos que festejam. Carnaval é só alegria. Eu amo essa festa. Na minha carreira, o carnaval não teve essa influência. Participo da festa porque tenho paixão pelo carnaval e pela Grande Rio! Fui rainha de bateria e é muito emocionante. Sou atriz e isso não muda no carnaval.

Muitas vezes, a mulher é objetificada nos desfiles das escolas de samba. Durante muito tempo – e ainda hoje –, os homens foram (e ainda são) vozes de comando nas principais agremiações do Rio de Janeiro e de São Paulo. Qual é a sua opinião sobre isso? Em sua experiência como destaque em importantes escolas de samba, já se sentiu como objeto do olhar masculino?

Não vejo dessa forma. Objeto de desejo? Carnaval é alegria, um espetáculo, um teatro a céu aberto. Se alguém se sentir objeto de desejo, não desfile! Fique em casa e assista pela TV. Simples assim! Quando você desfila, você tem de chamar a atenção para você, para sua escola. Não saio em várias escolas, saio apenas na Grande Rio. Tenho uma relação quase familiar e muita fidelidade à escola.