REVISTA LÍDER COACH AGOSTO DE 2015 #8 | Page 16

Fabrício Mendes | Teólogo e mediador pela Faculdade Messiânica.

Estudante de Psicanálise pela NPP. Fotógrafo formado no Senac.

Após o fim da segunda guerra mundial, momento a qual o Japão se encontrava em um estado deplorável devido às bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki, as sansões impostas pelos Estados Unidos, uma população faminta e doenças em quantidade alarmante, o orgulho japonês estava, sem dúvidas, ferido. Neste contexto, Mokiti-Okada (1882-1955), pensador e líder religioso japonês escreve sobre “a dialética da harmonia”, pois ele entende que a desarmonia “aparente”, é de fato harmonia. (... a desarmonia é produto da visão estreita; a harmonia é produto da visão ampla...), ou seja, na desarmonia é possível ampliar ainda mais a nossa percepção e inteligência, visto que ao resolvermos possíveis problemas que se apresentam, ganhamos mais discernimento, desenvolvendo assim a nossa espiritualidade e intelectualidade. Trazendo esse mesmo conceito para o macro, para uma nação, isto é, o momento de crise é sempre um momento para revermos conceitos e comportamentos, é hora de atualizações.

O Brasil é a sétima economia mundial, porém vivemos um grande paradoxo considerando que possuímos uma das piores distribuições de renda do mundo e, segundo a ONU, estamos em 79º no ranking de respeito aos Direitos Humanos - IDH, somos o penúltimo no ranking da educação e estamos no 128º no ranking do crescimento econômico, ou seja, o Brasil é um dos países no qual o distanciamento entre ricos e pobres é uma das mais cruéis realidades. Apesar disso, há de se levar em conta que, estamos passando por uma grande mudança no âmbito político e empresarial, de modo que, todos nós estamos sendo atingidos de forma direta ou indireta, momento esse em que todos estão tendo a oportunidade de desenvolverem suas percepções sobre um problema de âmbito nacional. No entanto, será que esta é a hora de deixarmos de pensar apenas como indivíduos e a refletir como “indivíduos cidadãos”!? Quase sempre buscamos vantagens pessoais e ficamos indiferentes aos sofrimentos alheios. Este não seria o momento de pegarmos carona nas mudanças atuais!? Mudanças estas que fazem parte de um ensejo único, uma grande transformação na qual alguns resquícios da época colonial estão sendo colocados em xeque, e o resultado está sendo um grande número de denúncias pelo poder judiciário contra os maiores empresários do país, juntamente com alguns políticos, que sempre fizeram de tudo para monopolizar o poder em suas mãos, estão sendo desmascarados, alguns presos, outros obrigados a devolverem milhões aos cofres públicos.

Há pouco tempo vimos o desfecho do mensalão e agora o Lava Jato com resultados bem satisfatórios para os brasileiros, pois muitos erros estão sendo trazidos à luz, nos libertando assim de alguns tiranos os quais nós demos o poder de tiranizar. Esse é um momento que merece total atenção de todos, uma vez que desde o início da colonização esse país vem sendo saqueado de várias formas, por vários grupos, e só agora as leis punitivas estão sendo levadas até o mais alto escalão, não é à toa que apenas 0,3% dos brasileiros concentram 22% de toda riqueza do país, de fato, se pensarmos mais amplamente veremos que não estamos em crise somente, mas sim tendo uma grande oportunidade de mudança que inclui a todos.

O QUANTO A CRISE É MINHA, NOSSA OU DOS OUTROS?

Fabrício Mendes

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