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LiteraLivre Edição Especial nº 1
Súplicas da Solidão
Fausto Diniz
Belo Horizonte/MG
EAPOE !!! EAPOE !!! mande -me seu corvo
Pois dele eu vou precisar
Mande-me também a Minerva
Para que nos seus ombros, eu possa lamentar.
No calvário de meus desidérios, incessante eu vou clamar
Minha solitude eterna, no manto da escuridão
Em prantos vão transformar
Nas asas do corvo negro, no infinito irei morar.
Das montanhas tenebrosas ouço os ventos a sibilar
Das grotas profundas ouço os regatos a chorar
Sob as asas do corvo negro, incólume
Pairando na imensidão
Abominável que sou, sem forças para soerguer
Vislumbro no infinito o eterno anoitecer
Minha voz se calou ha muito, nas profundezas de minh’alma
Mudo estou sem mordaças para conter.
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