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LiteraLivre nº 9 – Maio/Jun de 2018
Feminicídio
Caroline Cristina Pinto Souza
Botucatu/SP
A vista turva impedia o constatar
Desmaiada, o mínimo distinguia.
Estava no oposto do "doce lar".
Suas esperanças em hemorragia.
Dolorida, nem as pernas sentia;
Elena, atada num ciclo frequente
Com vastas roxas marcas de agonia
Prisioneira nas garras d'um demente.
Desvinculava-se do laço de ente:
Recebia nos lábios tantas feridas
Ao invés de branduras envolventes
Num crime de ódio, Elena digerida.
Censurada assaz por um marginal,
Sua vida ruma a um desfecho fatal.
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