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LiteraLivre nº 9 – Maio/Jun de 2018
prudente agir de acesso permitido e figas e muitas fazendo para que fatias
houvessem para todas. A multidão esta, impaciente estava com senhas
preenchidas em moroso processo que anteviu ela, seria para ganho de tempo,
quando a fome de gula não espera de gostar por minutos extra que olhando para
os improvisados ou não relógios lhe parecem horas a dar nas vazias barrigas.
Houve quem julgasse a bem ou mal que lhe passaram à frente e não tardou,
assim disseram os relógios de proviso então numa altura já sem o prefixo da
ordem, a baterem com mais intensidade as costumeiras altercações que nunca
ficam bem em situação qualquer, muito menos numa destas com bolo aquele a
merecer dignidade maior na partilha. As senhas estavam quase finalizadas para a
distribuição mas as voltas que o quarteirão dava só viam distúrbios em lição que
não se aprendia em multidão por gulodice que a prendia na posição com ou sem
violência e que igualmente prendia mais além o estudo do manual que dizia ser
disfarce de autoridade estratégia mais acertada. E assim foi na chegada de
rompante com os reforços sonoros e mais alguns físicos para intimidação da
estupefacta multidão, os quais uma vez accionados levaram à dispersão numa
tentativa em desespero para salvar a pele. O delicioso bolo ficou sem ameaças
daquelas por eventual proximidade no aparente, pensou o grandioso portão
desconfiado, em como a gula seria transferível para uma pessoa apenas. Mas ela
não estava só e o portão ficou mais descansado enquanto sorria ao ver chegar
tanta gente ordeira para a sua primeira refeição do dia ou talvez com maior
raridade, assim alertava o relógio observando no topo do salão enquanto o
delicioso bolo de infindáveis dimensões, alegre estava por antecipar partilha com
quem mais necessita que seja tal verbo de acção conjugado em multidão,
naturalmente ordeira e civilizada.
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