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LiteraLivre nº 9 – Maio/Jun de 2018
Babel
Atlas Hutton
São Paulo/SP
A chama perdeu a cor,
os infernos viraram mitologias,
e a poesia é muda e fala com boca póstuma,
e em algum lugar do céu de ferro;
com as estrelas parecendo olhos mortos;
a sociedade continua se locomovendo.
No verso do inverso:
a asa da alma e os anéis de Saturno,
alices descendo pelas maravilhas e tocas;
o sofrimento escrito nas multidões,
poemas de poucos e audiência de surdos;
tantos querendo ser singular, e muito plural morto.
No inverso do verso:
as pessoas continuam chovendo,
eu continuo procurando cores,
mas essa sociedade cinza...
continuo sem lápis de cor gigante
e os arranha-céus criando úlcera em Deus.
A ausência da presença:
que está escorrendo pelas paredes,
de um sonho que não pode respirar
em sua dura realidade
a confusão em massa que alimenta os cegos,
serve agora para definir nossa sociedade fria.
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