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LiteraLivre nº 6 – novembro de 2017
Trapaça
Ramon Carlos
Florianópolis/SC
O tempo perdido, uma prostituta de O rabo do lagarto
fundo falso Contorce-se mais solto
Lowell, como um gambá, traçou minha Do que unido
garota A sobrevivência preserva a toca
Mordeu minhas costas, roubou meus O rabo do lagarto
poemas É um batom vermelho na ponta do
Fugiu acenando e confessou-se alfinete
Numa tribo que comia minhocas O rabo do lagarto
Essa vizinha nova insiste em desligar É a segunda descarga no banheiro
meu ventilador público
Enquanto durmo ao lado das latas de Poeira e carvão no marfim inalado
tinta Eu estive longe nessa semana longa
Ela diz que se quisesse ouvir um vento Absorvi o mínimo do ópio
artificial Que as vozes viciam
Teria sopro no coração ou uma buzina Minhas cinzas grudaram nos dejetos
nos mamilos O tomate pela metade
Com um tiro de sinalizador dentro da Atirei nas costas do gato
boca Que cagava na sacada
Reivindico o direito de ficar calado Agora me faz falta
Até que a sorte nos separe
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