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LiteraLivre nº 6 – novembro de 2017 Porão de Retalhos Morphine Epiphany São Paulo/SP Gaiola dos murmúrios enterrados Nenhuma fumaça intoxicando meus pulmões Os hematomas no coração se apagaram Em um amaldiçoado porão de retalhos meus, trancafiada em máscaras flutuantes. Os pêndulos eram carcaça de mutilado peito e as farsas embutidas nas trevas, me acalentaram O gás silencioso penetrava as narinas da morte e os cacos ferindo as memórias, me iludiram Cada caixa dilacerada no escuro (eram irmãs) A fome dos apavorados ratos, minha agonia Cada barata esmagada em sapatos, (companhia) O sussurro das ruínas delirantes, em letargia Entre lençóis de urina e escarlate, estou corroendo Não existem fibras na gaiola dos esmigalhados amores Entre corrosão de alma e asfixia, me sinta apagando Ninguém percebe as cinzas das paixões desabrigadas https://www.facebook.com/cristiane.v.defarias?ref=br_rs 107