Revista LiteraLivre Revista LiteraLivre - 10ª edição | Page 81

LiteraLivre Vl. 2 - nº 10 – Jul/Ago. de 2018 muitos se juntaram o grupo a fim de não serem exterminados acossados. Porém, os homens não sabiam como reagir ante aquela situação sem precedentes. Tão logo a notícia correu por todo país, mas misteriosamente fora abafada dos noticiários internacionais. Não demorou para que chegasse até a ONU que imediatamente enviou um observador e investigador a fim de constatar evidentes quebras de direitos humanos. Todavia sem um desfecho plausível o caso permaneceu sem um possível suspeito se quer. Jonnhy Pax era um observador que selecionado para a ingrata missão juntou-se a Brigada Babilônia ao lado do investigador, Kevin Reynolds. Fotos foram tiradas, amostras colhidas, mas resultados foram inconclusivos. Escolados por soldados da ONU e sob os olhares atentos da Ali Nashiff, o líder da Brigada Babilônia que encontrou a jovem soube do pastor que supostamente teria enlouquecido ao contemplar a aterradora cena. O homem que permanecia inerte fintando o vazio chamava-se Kali Akab e estava diante da parente quando Ali aproximou-se a fim de interrogá-lo. Consternado o homem murmurava palavras indecifráveis repetidamente, quando tocado por Pax ele deu um salto e desatinou a chorar abundantemente. Era um sobrenatural inverso o que fintou, uma visão do inferno, disse. Porém, sabiam aqueles homens que o enfado do fanatismo e ignorância torna a pureza agradável dos milagres sobrenaturais numa angustiada penúria imoral, como se o âmago do inferno vertesse a tocar o céu. O exagero era o pecado predileto do diabo. — Babilônia tornou seu Ifrit! Babilônia tornou... — Disse o homem murmurando repetidamente. — Babilônia tornou seu Ifrit! — O que ele disse? — Indagou Pax perplexo ante o comportamento do homem. — Ele relaciona o ataque a um tipo de demônio oriental que habitaria a Babilônia antiga. — Respondeu Ali. Os ifrit eram entidades míticas o qual esparsos relatos relacionavam a atrocidades. Um ser que adora ocupar as trevas, o silêncio e lugares vazios, atua no sugerido, no aparente, pois é algo que apenas parece e que se acha. Todavia supostamente aquela entidade era uma versão remota e incomum do filão que atormentava o imaginário da região há séculos. Por mais fantástico que fosse o incomprovado assim como suas afirmações era a única coisa o qual se trabalhar quando receberam mais um alarme de uma ocorrência numa cidade vizinha. Todos os homens se locomoveram a região que não bastando a desolação da guerra com um povo aflito agora havia sofrido um ataque do mais inescapável. O que encontraram não fora diferente do vilarejo, com uma disposição de corpos desossados em agonia perpétua. Em meio aos mortos, porém, havia um sobrevivente, porém, cego. O homem balançava-se nervosamente para trás e para frente estendendo suas mãos para os céus enquanto pronunciava repetidamente o nome de Alá, seus ouvidos ouviram a aflição inominável de suas vítimas. Pax acolheu o homem e lhe deu água que parecia negar prontamente. — O senhor poderia dizer o que aconteceu aqui? — Indagou Ali fintando-o zelosamente. 76