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LiteraLivre Vl. 2 - nº 10 – Jul/Ago. de 2018
Venha.
Há calma voraz nesta cama de devorar.
Tua alma aprisionada, Perséfone sou eu.
Tua carne sem forças,
Me clame pelos recantos “Nyx, Nyx...”,
Pela noite que te sucumbe, te engole, te extenua.
Não me abandone em meio ao cerco dos tantos mil dias.
Jamais morrerei por Troia,
Nem por teus cânticos,
Nem por teus pedidos de perdão.
Sou todas as Helenas.
Nudez, poder e glória
Sobre teu corpo subjugado e mendicante.
Sou meu Olimpo e tua perdição eterna
Do tempo em que me fiz mortal
Para tuas fraquezas tão distantes,
Tão infantes,
Sem um orvalho sequer
Do meu perfume de tantas coragens.
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