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LiteraLivre Vl. 2 - nº 10 – Jul/Ago. de 2018 Despoema Luiz Roberto da Costa Júnior Campinas/SP Não lerei versos que não tenho, e, quando tive, nunca escrevi. Não revelei meus sentimentos, pois o que sentia não era poesia. Sobre o fortuito, não escrevia versos. Não significava nada no dia a dia. Palavra não escrita e apagada. Pensamento esquecido e não anotado. Ideia não usada e abandonada. Na praia das ideias, as ondas do mar apagavam a areia. Linhas surgiam das palavras, antes palpáveis tornavam-se invisíveis. Formavam um rastro de ideias antes inexistente, que involuntariamente, quando menos se esperava, em algo se transformava. Consciente se manteve a imagem aflorada, em minha memória, para emergir gravada. http://www.recantodasletras.com.br/autores/lrcostajr 42