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LiteraLivre Vl. 2 - nº 10 – Jul/Ago. de 2018
Para Isa Dora Duncan
Aldo Moraes
Londrina/PR
Os cães estão amanhecendo com raiva.
Quando cessa o dia e no outro cessar da noite,
Em vadia madrugada, a lua cheia nos aborda, loucos, e o frio vai embora.
O espírito amanhece e parte sem coração num oceano vago de nuvens.
A velhice é só um mastro de bondade da juventude, saber que dizem: ”gênios”,
como fossem seus,
E o velho é um bom
Um comum
Um mortal
Não sopram do Sul, os ventos mas Isa Dora balança como se algo a impelisse.
Dançam, também, as fadas e o reflexo das luzes n’água, como que paira no ar.
Derretendo-se em sopros de vaidade, as rosas sabem o que virá após o moinho,
em incansáveis vais e vens.
Mas hoje, vejo as estrelas ofuscadas por Isa Dora.
A epiderme toda e o outro num segredo dela como a lua.
Á luz que nos cega, nos tonteia o instante,
Nos faz perder-me.
À esta luz de tantos sons,
O sorriso por completo em Isa Dora Duncan.
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