Revista LiteraLivre Revista LiteraLivre - 10ª edição | Page 114

LiteraLivre Vl. 2 - nº 10 – Jul/Ago. de 2018 Para Isa Dora Duncan Aldo Moraes Londrina/PR Os cães estão amanhecendo com raiva. Quando cessa o dia e no outro cessar da noite, Em vadia madrugada, a lua cheia nos aborda, loucos, e o frio vai embora. O espírito amanhece e parte sem coração num oceano vago de nuvens. A velhice é só um mastro de bondade da juventude, saber que dizem: ”gênios”, como fossem seus, E o velho é um bom Um comum Um mortal Não sopram do Sul, os ventos mas Isa Dora balança como se algo a impelisse. Dançam, também, as fadas e o reflexo das luzes n’água, como que paira no ar. Derretendo-se em sopros de vaidade, as rosas sabem o que virá após o moinho, em incansáveis vais e vens. Mas hoje, vejo as estrelas ofuscadas por Isa Dora. A epiderme toda e o outro num segredo dela como a lua. Á luz que nos cega, nos tonteia o instante, Nos faz perder-me. À esta luz de tantos sons, O sorriso por completo em Isa Dora Duncan. 109