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LiteraLivre Vl. 2 - nº 10 – Jul/Ago. de 2018
porém, os homens que vociferavam nervosamente em polvorosa correram e sem
reagir foram em maior parte metralhados. Um deles pulou do jipe e correu para o
deserto quando fora pego por Pax. Fintando-o com os olhos esbugalhados
aqueles homens que eram por si afeitos ao terror pareciam ter sucumbido a um
terror ainda maior que o infligido por eles aos inocentes.
— Allauh Akabar! — Vociferou o homem de modo insano quando fora
indagado por Pax.
— Do que estão fugindo? Responda!
— Nosso terror não pode contra o pai de todos horrores! — Vociferou o
homem. Todos estamos mortos! Mortos!
— Você viu a criatura? Responda! — Vociferou Pax, mas o homem balançou
a cabeça em recusa dizendo.
— Vê-lo é a própria morte!
O homem se sacudiu e soltando-se pegou uma pistola de um dos soldados,
mas ao invés apontou como se fosse para atirar em Pax e então de supetão o
soldado reagiu atirando em seu peito.
O homem caiu ao chão balbuciando em meio ao sangue que fluía de sua
boca que Alá o recebesse no paraíso com suas virgens quando desfaleceu ao
concluir seu epitáfio.
Os homens tornaram a seus carros e seguiram em direção as ruínas que ao
longe se via uma coluna de fumaça que se erguia negra nos céus azuis e
quentes. Os carros quando chegaram viram corpos desfeitos em carnes sem
ossos pelo chão. Seguindo o caminho de destruição e morte ouviram alguns
gritos dentro das ruínas levando-os a sinalizar o perigo ainda ocorrendo de modo
a todos empunharem suas armas. Pax caminhando na frente, chegou ao fim de
um corredor quando deparou-se com um membro do EI que lhe fintou
diretamente seus olhos num semblante de horror e medo avassalador e
inexorável. Largou a arma ao chão e virou-se para trás de onde vinha uma luz
intensa e trêmula.
Pax viu-se cara a cara com o inominável e perplexo viu o corpo do
terrorista dar várias voltas em si mesmo no ar fazendo o rosto virar-se para trás
e uma perna para frente e outra de costas quando seus olhos esbugalhados
agora perdiam a vida ao fintar o vazio. Caiu ao chão como um saco vazio de
carne, como uma roupa de pele que havia sido esvaziada de seu conteúdo.
Aquele mal era inescapável.
— Agora entendo, se vocês verem isto será tarde demais. Não relatem isso
para ninguém, não olhem é abominável, fujam! É a morte, o medo. — Relatou
ele no rádio.
Pax engoliu seco e viu que aquele era o fim, o fim de tudo. Acabou.
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